OEA suspende convocação para reunião sobre a Venezuela

  • Por Agencia EFE
  • 26/02/2014 17h23

Washington, 26 fev (EFE).- A Organização dos Estados Americanos (OEA) suspendeu nesta quarta-feira por motivos administrativos a convocação para que seu Conselho Permanente realize amanhã uma sessão extraordinária sobre a Venezuela.

O embaixador da Venezuela na OEA, Roy Chaderton, solicitou na terça-feira em carta enviada ao secretário-geral do organismo, José Miguel Insulza, a suspensão da reunião devido à violação de um artigo do regulamento, por ter sido convocada sem estar fisicamente presente em Washington o presidente do Conselho Permanente, o representante dominicano Pedro Vergés.

Devido a essa objeção, a convocação foi suspensa temporariamente, mas está previsto que Vergés retome as gestões para voltar a convocar a reunião quando retornar à capital americana hoje mesmo, anteciparam à Agência Efe fontes da OEA.

Apesar do organismo não informar por enquanto formalmente do cancelamento, Insulza já remeteu um aviso aos representantes permanentes dos Estados-membros do organismo para informar-lhes que a reunião foi cancelada, segundo a Efe pôde constatar.

O governo do Panamá solicitou na terça-feira a convocação de forma “urgente” de uma reunião de consulta dos chanceleres do continente sobre a situação da Venezuela, em um pedido enviado a Vergés, que durante este trimestre ocupa a presidência rotativa.

Na terça-feira pela tarde, Vergés, que se encontrava fora dos Estados Unidos, conversou por telefone com Insulza, e pouco depois o organismo convocou uma sessão extraordinária de seu Conselho Permanente para quinta-feira, a fim de analisar a proposta do Panamá e decidir se convoca uma reunião de chanceleres.

No entanto, Chaderton enviou a Insulza uma carta, à qual a Efe teve acesso, na qual instruía “a que se deixe sem efeito” a convocação “já que a mesma foi efetuada à revelia do presidente, Embaixador Pedro Vergés Ciman, em contravenção do artigo 6 do Conselho Permanente”.

A Venezuela se encontra imersa há duas semanas em uma onda de protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro, que deixaram 13 mortos e 150 feridos, segundo números oficiais.

O Conselho Permanente da OEA tratou pela primeira vez a situação na Venezuela no dia 19 de fevereiro, durante uma sessão ordinária na qual Estados Unidos e Canadá expressaram sua preocupação pela violência nesse país e pediram que o governo de Maduro dialogasse com a oposição.

Em resposta, Chaderton atribuiu a violência nos protestos a uma “ação desestabilizadora” contra o governo de Maduro, orquestrada, segundo sua opinião, pela oposição com o apoio dos Estados Unidos. EFE

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