OEA valida eleições haitianas em meio a protestos da oposição

  • Por Agencia EFE
  • 11/08/2015 00h57

Joseph Guyler Delva.

Porto Príncipe, 10 ago (EFE).- A Organização dos Estados Americanos (OEA) validou nesta segunda-feira, com algumas reservas, as eleições legislativas realizadas ontem no Haiti, enquanto forças políticas opositoras qualificaram o processo de fraudulento e acusaram o governo pelos incidentes violentos registrados.

O chefe da missão da OEA para a observação do pleito, Henrique Castillo, reconheceu que o processo eleitoral esteve marcado por uma série de irregularidades, tais como centros de votação que abriram tarde, mas a missão declarou que as irregularidades não são suficientes para afetar os resultados.

“Apesar dos problemas, o processo conseguiu chegar até o final e os problemas não eram tão generalizados ou tão grandes para afetar todo o processo”, disse Castillo à Agência Efe.

Castillo reconheceu, além disso, que as autoridades eleitorais tinham feito esforços para resolver os problemas que ocorreram durante a votação.

Em comunicado nesta segunda-feira, a missão de observação recomendou ao Conselho Eleitoral Provisório (CEP) do Haiti, que para futuros pleitos, seja executada uma campanha de educação cívica pública, que oriente os cidadãos no exercício do voto.

O comunicado disse que os observadores no terreno constataram que as listas eleitorais foram exibidas publicamente nos centros de votação, uma prática que ajuda a garantir uma maior transparência.

No entanto, a visualização das listas em lugares públicos dias antes das votações, poderia permitir aos cidadãos identificar mais facilmente seu centro de votação, recomendaram os observadores.

Os observadores consideraram ainda que a presença de um maior número de supervisores e oficiais de informação do CEP nos centros de votação poderia contribuir em grande medida para melhorar o processo de eleição em processos vindouros.

A missão também lamentou que um “grande número” de centros de votação tenha aberto tarde, mas reconheceu que o CEP realizou esforços para assegurar que a maioria dos eleitores afetados ainda pudesse votar.

Por outra parte, um grupo de partidos e partidos políticos divulgou hoje um documento no qual exigiram a formação de uma comissão mista integrada por representantes dessas legendas, da sociedade civil e do CEP para avaliar a “extensão do prejuízo” que, asseguram, o país sofreu com a realização das legislativas, dirigidas a escolher 20 das 30 cadeiras do Senado e a totalidade das 119 vagas da Câmara dos Deputados.

“Fraude, irregularidades e abusos registrados durante as eleições parlamentares de domingo são fatos excepcionalmente graves que contaminam a credibilidade dos resultados que sairá das urnas”, denunciaram os partidos.

Além disso, a oposição censurou a “obstinação” do Conselho Eleitoral Provisório, que realizou eleições, que qualificaram de “catástrofe”, apesar dos incidentes violentos que causaram várias mortes, e que atribuíram a dirigentes e partidários do governo.

“Mais de 45% dos centros de votação em todo o país foram alvo de vandalismo ou de fraude maciça. Muitos deles foram assaltados, houve assassinatos e ataques a centros de votação com a cumplicidade ou a passividade das autoridades”, acrescentaram os partidos. EFE

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