Ofensiva militar no noroeste do Paquistão deixa mais de 60 mil refugiados

  • Por Agencia EFE
  • 17/06/2014 10h12
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Islamabad, 17 jun (EFE).- Pelo menos 62 mil pessoas precisaram abandonar com urgência seus lares na região tribal do Waziristão do Norte, no noroeste do Paquistão, por causa da ofensiva militar na região, segundo fontes oficiais informaram à Agência Efe nesta terça-feira.

Quase metade dos refugiados registrados desde o início da operação militar no domingo passado é de crianças, segundo o diretor do organismo de gestão de desastres das regiões tribais, Arshad Khan.

“Mais de 29 mil refugiados são crianças, enquanto cerca de 20 mil são mulheres”, detalhou Khan, que crescentou que até agora os civis que fogem dos combates optaram por ir para a casa de parentes na província vizinha de Khyber-Pakhtunkhwa (KPK).

O diretor do organismo de gestão de desastres em KPK, Tahir Orakzai, explicou que às vésperas da ofensiva as autoridades montaram um plano de contingência no qual estimaram que pelo menos 100 mil civis fugiriam dos combates.

“Montamos dois campos de refugiados, um em zona tribal e outro em KPK, mas até agora eles estão praticamente vazios. Mesmo assim, temos tudo preparado para alojar todas as famílias que precisarem”, afirmou Orakzai.

Segundo a fonte, uma das razões que podem ajudar a explicar a reticência sobre ir para os campos governamentais são as ameaças dos jihadistas direcionadas aos aceitassem ir para instalações das autoridades paquistanesas.

As altas temperaturas que atingem o norte e o oeste do Paquistão, muito acima dos 40ºC, também são um obstáculo a ser levado em conta na questão da rejeição aos campos de refugiados.

Além dos mais de 60 mil civis registrados pelas autoridades paquistanesas, a imprensa local explica que muitos outros milhares de civis das regiões tribais afetadas pelos combates optaram por atravessar a fronteira com o Afeganistão.

As áreas tribais são povoadas, na grande maioria, pela população pashtun, que tem estreitas relações, frequentemente de parentesco, com os habitantes das províncias afegãs fronteiriças.

Desde o início da ofensiva do exército contra os grupos jihadistas, pelo menos 176 insurgentes morreram, segundo contou hoje à Efe uma fonte da administração local do Waziristão do Norte.

Ontem, seis soldados morreram devido à explosão de uma bomba durante a passagem de seu veículo militar no distrito de Ghulam Khan, na mesma região.

O primeiro-ministro, Nawaz Sharif, garantiu ontem, em discurso no parlamento, que a ofensiva militar continuará até que “todos os terroristas sejam eliminados”, e lamentou os ataques contra as forças de segurança, apesar de um processo de paz ter sido iniciado em fevereiro. EFE

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