OIT diz que 7,8 milhões de jovens da América Latina não conseguem emprego
Lima, 13 fev (EFE).- Na América Latina e no Caribe 7,8 milhões de jovens procuram trabalho, mas não conseguem e essa “situação de crescimento econômico com emprego registrada nos últimos anos não foi suficiente para melhorar o emprego dos jovens “, alertou nesta quinta-feira a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A sede regional do organismo apresentou em Lima o documento “Trabalho decente e juventude na América Latina: políticas para a ação”, que informa que a taxa de desemprego entre os jovens na atualidade é de 13,9%. Atualmente, há cerca de 108 milhões de jovens na região, dos quais, aproximadamente, 56 milhões fazem parte da força de trabalho, ou seja, têm ou procuram um emprego.
“Sabemos que existe preocupação pela situação do emprego dos jovens. É urgente passar da preocupação à ação”, disse Elizabeth Tinoco, diretora regional da organização para a América Latina e Caribe, ao apresentar os resultados do estudo que mostra que nos últimos anos foram registradas poucas mudanças.
“É evidente que o crescimento não basta”, acrescentou.
Além disso, a OIT informa que seis de cada dez jovens da região, o equivalente a 55,6% do total, trabalham na informalidade. O que significa baixos salários, instabilidade laboral e carência de proteção e direitos.
“Não é casual que os jovens sejam defensores dos protestos de rua quando suas vidas estão marcadas pelo desalento e a frustração por causa da falta de oportunidades. Isso tem consequências sobre a estabilidade social e inclusive sobre a governabilidade democrática”, explicou Elizabeth.
O documento da organização relata também que 21 milhões de jovens não estudam nem trabalham. Eles são os denominados “NEMNEM”, e, aproximadamente, um quarto busca trabalho, mas não consegue, e cerca de 12 milhões se dedicam a afazeres domésticos, a grande maioria mulheres jovens.
A OIT acrescentou que 4,6 milhões de jovens que não estudam, não trabalham, não procuram emprego ou se dedicam aos afazeres domésticos. Para a organização, esse grupo, intitulado como “núcleo duro”, representa o maior “desafio”.
Por outro lado, o relatório destaca positivamente que, apesar de as estatísticas trabalhistas não serem encorajadoras, o número de jovens que somente estuda aumentou de 32,9% em 2005 para 34,5% em 2011.
“Não há dúvida de que temos a geração mais educada da história e, por isso, mesmo é necessário tomar as medidas apropriadas para aproveitar melhor seu potencial e dar-lhes a oportunidade de iniciar com o pé direito sua vida laboral”, destacou a diretora regional.
Para a OIT, é necessário tomar medidas especificamente planejadas para atender as necessidades deste setor da população. O documento explica que não há fórmulas únicas e a situação de cada país é diferente. Contudo, a organização ressalta que existem exemplos, em países como Argentina, Brasil, Costa Rica, Peru e Uruguai, de experiências bem-sucedidas e inovadoras.
“Nos últimos anos, foi adquirida muita experiência sobre a forma de enfrentar os obstáculos nos quais os jovens tropeçam ao ingressar no mercado de trabalho. O desafio é colocá-las em prática, estender sua aplicação tanto geográfica como temporalmente e otimizar seu planejamento para que sejam eficientes”, disse Guillermo Dema, especialista regional da OIT em emprego juvenil.
Junto com a divulgação do relatório, a OIT publicou na internet uma Plataforma de Políticas sobre Emprego Juvenil na região. EFE
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