OMS alerta da possibilidade de milhares de novos casos de ebola na Libéria

  • Por Agencia EFE
  • 08/09/2014 19h23

Genebra, 8 set (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta segunda-feira que acredita que surgirão, em breve, milhares de novos casos de ebola na Libéria, o país mais afetado pelo surto desta doença na África Ocidental.

A entidade fez uma avaliação sobre a situação do país, onde considera que são urgentes as intervenções “não convencionais” para controlar a epidemia. Segundo a organização, a transmissão do vírus é intensa, com um aumento “exponencial” de casos e com 14 dos 15 condados do país que reportaram casos confirmados. Dos 256 casos de membros de equipes médicas infectados, 152 ocorreram na Libéria, com 79 mortes.

A tragédia da Libéria se explica, entre outros motivos, pelo fato de que antes do surto o país contava com apenas um médico para cada 100 mil pessoas, em uma população total de 4,4 milhões de habitantes. Isso significa que cada médico ou enfermeiro doente ou morto gerava uma grande diminuição da capacidade de resposta.

A OMS estima que sejam necessários de 200 a 250 médicos para conduzir de maneira segura um hospital de tratamento contra o ebola com 70 camas. A Libéria é o país que acumula mais casos, com dois mil doentes e mil mortos por conta da doença.

Ao todo, 3.944 contraíram o vírus – sendo que 2.097 morreram – no surto que acontece desde março e que se concentra em três países da África Ocidental (Libéria, Serra Leoa e Guiné).

A OMS realizou uma pesquisa no condado de Montserrado, que conta com um milhão de moradores e inclui à capital do país, Monróvia. Ela revelou que somente lá é necessária a entrega urgente de mil camas para tratar os atuais pacientes. O condado em questão dispõe apenas de 240 camas, com 260 adicionais que devem ser instaladas. Neste sentido, foi confirmado que “em nenhum lugar do país há camas disponíveis para o tratamento do ebola”.

Outra constatação da OMS é que os táxis que transportam famílias com algum membro suspeito de ter ebola na Monróvia e que percorrem a cidade buscando tratamento – sem encontrar – são locais de intensa transmissão do letal vírus. EFE

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