OMS alerta sobre aumento da resistência de bactérias a antibióticos no mundo
Genebra, 30 abr (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) se mostrou nesta quarta-feira alarmada pelo aumento da resistência aos antibióticos em todas as regiões do mundo, inclusive com os remédios utilizados como “último recurso” para tratar infecções potencialmente mortais.
Segundo um estudo coordenado pela OMS com dados de 114 países e apresentado hoje em Genebra, o primeiro sobre a resistência aos antibióticos em escala global, essa realidade afeta muitos agentes infecciosos, embora o relatório enfoque um grupo de bactérias responsáveis por infecções comuns como as urinárias, a septicemia, a diarreia, a pneumonia e a gonorreia.
Além disso, o organismo internacional confirma a resistência aos antibióticos carbapenêmicos, último recurso terapêutico para infecções potencialmente mortais por “Klebsiella pneumoniae” (bactéria intestinal comum), que se estendeu a todas as regiões.
A bactéria é uma causa importante de infecções que se contraem comumente em meios hospitalares, como as septicemias e aquelas que os recém-nascidos sofrem e os pacientes internados em unidades de terapia intensiva.
Os dados recolhidos indicam que em alguns países o antibiótico receitado para resistir infecções por Klebsiella pneumoniae “já não são eficazes em mais da metade das pessoas” às quais se receita o remédio.
Também se detectou uma ampla resistência às fluoroquinolonas, um dos medicamentos antibacterianos mais recomendados para o tratamento de infecções urinárias por Escherichia coli, até o ponto que está sendo ineficaz em mais da metade dos pacientes em diferentes países.
Com relação à gonorreia, doença que contamina a cada dia 1 milhão de pessoas no mundo, em países como a Áustria, França, Reino Unido e África do Sul foi confirmado o fracasso de seu tratamento com cefalosporinas, um remédio de última geração depois do qual não há mais alternativas médicas.
Em geral, a resistência das bactérias aos antibióticos se tornou em uma realidade que pode afetar qualquer pessoa, independentemente de sua idade, de acordo com o estudo. EFE
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