OMS declara cinco pesticidas como “possíveis” ou “prováveis” cancerígenos
Paris, 20 mar (EFE).- A Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Câncer (IARC), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou nesta sexta-feira cinco pesticidas como “possíveis” ou “prováveis” cancerígenos.
Em comunicado, a IARC explicou que publicou um relatório com as avaliações finais na revista “The Lancet Oncology”, onde detalha as descobertas dos pesquisadores da agência.
O herbicida glifosato, substância ativa do Roundup, um dos herbicidas mais vendidos, e os inseticidas à base de diazinon e malation foram classificados como “provavelmente cancerígenos para os humanos”. Já os inseticidas tetraclorvinfos e paration foram classificados como “possivelmente cancerígenos para o ser humano”. Estes dois últimos produtos entraram no chamado Grupo 2B estabelecido pela IARC ao ser encontradas “evidências convincentes” que esses agentes causaram câncer em animais de laboratório.
O tetraclorvinfo está proibido na União Europeia, mas continua sendo usado nos Estados Unidos, inclusive em animais de estimação. O uso de paration, no entanto, é restrito desde os anos 80.
O inseticida malation, por sua vez, entrou no Grupo 2A pelas “evidências limitadas” de que produziria linfoma de Hodgkin e câncer de próstata em seres humanos, segundo estudos publicados em 2001 e realizados em agricultores dos Estados Unidos, Canadá e Suécia. Este agente é usado na agricultura e produzido em grandes quantidades no mundo todo, embora a exposição da população seja baixa e suceda principalmente em residências próximas a áreas nas quais foi utilizado.
O diazinon também é “provavelmente cancerígeno” por “evidência limitada” de sua relação com a aparição de linfoma de Hodgkin e câncer de pulmão, segundo estudos realizados nos Estados Unidos e Canadá. Porém, existe uma “forte evidência” de que o diazinon induziu danos ao DNA e aos cromossomos. Ele é usado normalmente na agricultura e para o controle de insetos caseiros e de jardim, embora seu volume de produção seja relativamente baixo, especialmente depois das restrições que entraram em vigor em 2006 nos Estados Unidos e na União Europeia.
Sobre o herbicida glifosato há “evidência limitada” que possa produzir linfoma de Hodgkin em seres humanos, e há provas “convincentes” que pode causar câncer em animais de laboratório. Este produto é o que tem a maior produção mundial de todos os herbicidas, e é utilizado, sobretudo, na agricultura. EFE
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