OMS diz que só 12% da população mundial que vive em cidades respira ar limpo

  • Por Agencia EFE
  • 07/05/2014 11h11
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Genebra, 7 mai (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que somente 12% da população mundial que vive em cidades respira ar limpo, sendo que quase a metade convive com índices de poluição 2,5 vezes acima dos níveis recomendados pelo organismo.

Estas são duas das principais conclusões de um relatório apresentado nesta quarta-feira pela agência sanitária das Nações Unidas, o qual faz uma análise da qualidade do ar em 1,6 mil cidades de 91 países.

No entanto, os dados trabalhados pela OMS não são comparáveis porque abordam períodos diferentes (desde 2008 a 2012) e, segundo o organismo, porque os próprios sistemas de medição são diferentes, fatos que impossibilitaram a realização de uma classificação hierárquica das cidades mais e menos poluídas.

Em relação à América Latina, o estudo conta com dados de cidades da Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, México, Paraguai, Peru, Venezuela, Chile e Uruguai. Em alguns casos, o estudo aborda somente uma cidade do país, mas, em outros, mais de 20 chegaram a ser analisadas.

Dentro destas analises, a capital peruana (Lima) aparece com os piores índices de poluentes, enquanto as cidades de Salvador, na Bahia, e Ambato y Ibarra, no Equador, aparecem com as que possuem o ar mais limpo.

O estudo mede especialmente o nível das partículas poluentes PM 2,5 – as menores e mais prejudiciais, já que podem penetrar diretamente nos pulmões -, consideradas as mais perigosas e, portanto, as melhores para serem usadas como indicador dos riscos para a saúde.

O nível “razoável” destas partículas é uma média anual de até 10 microgramas por metros cúbicos. Neste caso, se a presença for maior, os agentes podem considerar que existe poluição prejudicial para a saúde e, se for menos, que o ar é limpo.

As altas concentrações das partículas finas se associam com um grande número de mortes causadas por infartos e ataques cerebrais, tendo em vista que a OMS adverte que residir em cidades onde os níveis são duas vezes e meia acima dos recomendados “põe à população em risco de sofrer problemas de saúde a longo prazo”.

Em março passado, a OMS revelou que mais de sete milhões de pessoas morrem anualmente no mundo por causa da poluição ambiental, seja dentro ou fora do lar, o que transforma à poluição no principal risco meio ambiental para saúde.

Estas estatísticas mostraram que uma a cada oito mortes no mundo está relacionada com a exposição a ambientes contaminados.

Dos 7 milhões de mortes citadas, 3,7 milhões tiveram por causa da poluição ambiental externa e 4,3 à poluição interna dos lares, causada majoritariamente pela combustão com madeira para cozinhar, carvão ou biomassa.

Além disso, 88% das 3,7 milhões de mortes causadas pela poluição ambiental externa se produziram em países de média ou baixa renda, que representam 82% da população mundial. EFE

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