Onda de violência contra imigrantes na África do Sul deixa quatro mortos

  • Por Agencia EFE
  • 13/04/2015 12h14

Johanesburgo, 13 abr (EFE).- Pelo menos quatro pessoas morreram na África do Sul desde 30 de março na onda de ataques xenófobos contra imigrantes de outros países africanos ocorridos na cidade oriental de Durban, informaram nesta segunda-feira à Agência Efe fontes policiais.

“Trata-se de dois nacionais e de dois estrangeiros, um do Zimbábue e um da Etiópia”, explicou por telefone a porta-voz da polícia Thulani Zwane, que assegurou que a situação é “bastante tranquila” nas duas zonas afetadas, onde as forças de ordem patrulham.

A última morte aconteceu no fim de semana, com o falecimento no hospital de um etíope que tinha sofrido graves queimaduras no incêndio de sua loja.

O cidadão do Zimbábue e uma das duas vítimas sul-africanas morreram em enfrentamentos violentos.

A segunda vítima sul-africana é uma mulher que morreu ao ser atingida por um disparo de um imigrante que tratava de evitar um roubo em sua loja.

Cerca de 30 pessoas foram detidas nesta segunda-feira por atacar lojas de imigrantes de outros países africanos em zonas de maioria negra de Durban.

Centenas de cidadãos de países como a República Democrática do Congo (RDC), Zimbábue e Malawi tiveram que abandonar suas casas e se refugiaram em lugares habilitados pelas autoridades sul-africanas.

A África do Sul é um dos países que acolhe maior número de imigrantes e refugiados da África.

Com níveis de desemprego que frequentemente rondam 50%, boa parte da população negra que vive em áreas deprimidas do país acusa os estrangeiros de tirar o trabalho dos nacionais.

Imigrantes de países como a Somália e Etiópia dominam em muitos antigos guetos negros o setor do pequeno comércio.

O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, se manifestou na sexta-feira contra os ataques xenófobos que ocorrem na cidade litorânea de Durban desde o mês passado.

As autoridades sul-africanas foram criticadas por sua falta de contundência perante um fenômeno que se repete periodicamente nos antigos guetos negros de todo o país.

Em janeiro, várias pessoas morreram nos saques e atos de vandalismo contra propriedades de estrangeiros -especialmente somalis- em Johanesburgo e Pretória.

Centenas de pessoas abandonaram então seus lares e buscaram cobertura em outros pontos da cidade.

Em março, o rei dos zulús, Goodwill Zwelithini, cuja etnia é a majoritária na região de Kwazulu-Natal, onde se encontra Durban, convidou os imigrantes para sair do país e os acusou de diminuir dos sul-africanos oportunidades de prosperar.

Em 2008, mais de 60 pessoas morreram em subúrbios de Johanesburgo, na pior explosão de violência contra imigrantes africanos que é lembrada. EFE

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