ONG denuncia 59 casos de tortura à missão da Unasul na Venezuela
Caracas, 27 mar (EFE).- A ONG “Foro Penal Venezolano” informou nesta quinta-feira que apresentou à missão da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) um relatório com 59 casos de tortura e quase duas mil detenções arbitrárias desde 12 de fevereiro, quando começou a onda de protestos contra o governo de Nicolás Maduro.
Na reunião realizada na quarta-feira com membros da missão “apresentamos um relatório preliminar sobre as violações aos direitos humanos e, particularmente, casos de tortura e tratamento cruel e desumano”, disse o diretor da ONG, Alfredo Romero, em entrevista coletiva.
“Falamos de um padrão de tortura porque as atuações lascivas e humilhantes são muito similares em, pelo menos, 19 estados”, acrescentou.
De acordo com Romero, o relatório apresenta detalhes de 59 casos de tortura, 1.919 detenções arbitrárias e 30 assassinatos no marco das manifestações, além de denunciar os supostos excessos no uso da força dos policiais.
O grupo entregou também um documento no qual pede à Unasul que solicite ao governo da Venezuela o “cessar imediato” da repressão contra os manifestantes, o uso de substâncias tóxicas proibidas para dispersar os protestos e o “desarmamento de grupos paramilitares”.
“Após a apresentação deste relatório, nenhum país pode dizer que não está ciente do que se passa na Venezuela”, afirmou o advogado Gonzalo Himiob, membro da ONG, que disse esperar que os casos apresentados sejam avaliados com cuidado.
A Venezuela vive desde 12 de fevereiro uma onda de protestos que derivaram em fatos de violência e deixaram, até agora, 35 pessoas mortas, centenas de feridos e quase dois mil detidos, a maioria deles já em liberdade com medidas cautelares. EFE
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