ONG diz que 2.500 imigrantes vivem em “situação caótica” em albergue no Acre

  • Por Agencia EFE
  • 07/04/2014 17h44

São Paulo, 7 abr (EFE).- Cerca de 2.500 imigrantes vivem em “situação caótica” em um albergue público com capacidade para 200 pessoas em Brasiléia, no Acre, na fronteira com a Bolívia e Peru, segundo denunciou nesta segunda-feira à Agência Efe a ONG Conectas Direitos Humanos.

Ontem, mais de 700 haitianos, senegaleses e dominicanos em sua maioria, que entraram de forma irregular no país, foram evacuados em dois aviões fretados pelo governo após permanecer vários dias isolados neste centro de acolhimento devido à cheia de um rio próximo.

“A situação é caótica e as medidas de transporte são emergenciais”, se queixou Camila Asano, porta-voz da ONG que ressaltou que o albergue tem capacidade para 200 pessoas, mas que atualidade recebe 2.500, embora o estado do Acre tenha confirmado à Efe a presença de apenas 1.500 deles.

Além disso, outros 1.500 haitianos vivem em Brasiléia, já fora do albergue público, que chegaram ao Acre após atravessar a República Dominicana, voar a Panamá e Equador e, por terra, percorrer o Peru para atravessar a fronteira com o Brasil.

A ONG está há “semanas” pedindo ao governo do Acre a remodelação do centro de acolhimento para poder dar “condições dignas” aos imigrantes que abandonam seus países de origem em busca de emprego e fugindo da pobreza de suas cidades.

“Na última vez que nós estivemos lá nenhuma melhoria tinha sido feita, mas as autoridades do Acre dizem que agora têm espaço para 500 pessoas”, continuou Asano, que questionou dita informação porque o governo regional “admite que não fez nenhuma remodelação”.

Sob estas condições, as 2.500 pessoas que vivem no centro dormem em “finos” colchonetes jogados no chão, e sem privacidade alguma já que homens e mulheres compartilham os quartos sem nenhum tipo de separação.

Além disso, a forma “improvisada” com a qual são acolhidos fez com que parte da população de Brasiléia, de 18 mil moradores, “se sinta incômoda” perante a chegada de imigrantes.

“O Acre é a entrada, já existe uma rota consolidada e eles sabem que o albergue está ali, que encontram uma infraestrutura governamental que lhes emite documento de identidade e licença de trabalho, além de cama e comida”, explicou Camila Asano. EFE

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