ONG diz que Exército israelense usa munição real para reprimir protestos

Jerusalém, 28 jun (EFE).- A ONG israelense Btselem denunciou neste domingo que o Exército israelense continua utilizando munição real para reprimir manifestações nas proximidades da cidade cisjordaniana de Ramala, em atos em que não existe ameaça letal para os soldados.

De acordo com uma investigação realizada pela organização de defesa dos direitos humanos, “a munição real foi utilizada contra os manifestantes, inclusive quando as forças de segurança não se encontravam em perigo mortal”.

Segundo um comunicado desta entidade, “as balas foram disparadas em situações rotineiras, em jovens palestinos atiraram pedras contra as forças de segurança israelenses, que estavam preparadas e dispunham de proteção”.

O grupo sustenta sua denúncia com a apresentação de relatórios médicos obtidos em hospital, que mostram que, pelo menos, 47 palestinos, entre eles 24 menores de idade, foram baleados na Cisjordânia ocupada, durante protestos ou enfrentamentos com o Exército israelense desde fevereiro passado.

Entre os feridos havia quatro pessoas que foram baleadas no tronco do corpo humano, entre eles jovens de 12, 14 e 17 anos, e 23 pessoas foram baleadas na coxa, sendo 14 menores de idade.

De acordo com a Btselem, na maior parte dos casos, a munição que atingiu os palestinos foi a utilizada para espingardas Ruger, calibre 22, cujo impacto provoca efeito menor que o das balas regulares “mas mesmo assim podem ser letais e causar lesões graves”.

Em 2009, esta mesma entidade protestou repetidas vezes pelo uso de munição real pelo Exército israelense, que respondeu garantindo que “as Ruger e outros métodos similares não estão classificados pelas forças armadas israelenses como meios de dispersão de manifestações ou distúrbios públicos”.

Hoje, consultada pela Agência Efe sobre a denúncia feita pela organização de direitos humanos, uma porta-voz militar israelense preferiu não fazer qualquer tipo de comentário. EFE