ONGs denunciam “criminalização” de seu trabalho na Venezuela

  • Por Agencia EFE
  • 06/05/2014 18h38
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Caracas, 6 mai (EFE).- Organizações não governamentais relacionadas com a defesa dos direitos humanos na Venezuela rejeitaram nesta terça-feira a “criminalização” que dizem sofrer por parte do governo do presidente Nicolás Maduro desde o início dos protestos antigovernamentais em fevereiro.

“Várias organizações de direitos humanos estamos com o objetivo não só de rejeitar estas ameaças e agressões diretas contra organizações e ativistas(…) mas também de chamar a atenção dos próprios funcionários públicos e do governo”, afirmou o diretor do Fórum Penal Venezuelano (FPV), Alfredo Romero, em entrevista coletiva.

Para isso deu como exemplo vários membros das ONG, acusados na semana passada pelo ministro do Interior, Miguel Rodríguez, de fazer parte de um plano para desestabilizar o governo em anuência com os Estados Unidos, algo que eles negam.

Além disso, o diretor do FPV lembrou que sua organização tem registradas mais de 80 denúncias por “torturas e tratos cruéis” por parte das forças de segurança contra os detidos nos protestos que sacodem o país desde fevereiro.

As manifestações contra o governo de Maduro se desenvolvem há quase três meses e, até hoje, foram contabilizados 41 mortos, centenas de feridos e milhares de detidos, a maioria destes já em liberdade com medidas cautelares.

Romero manifestou que estas 80 denúncias são apenas as apresentadas perante as instituições oficiais, mas afirmou que o FPV registrou cerca de 500 porque “não todas as pessoas se atrevem a denunciar”.

O diretor do FPV afirmou que, desde 4 de fevereiro, sua organização tem contabilizadas 2.590 pessoas detidas, das quais “mais de 70% são ou foram estudantes” e que o número de presos é de 131 desde essa data.

Por sua parte, o coordenador geral do Programa Venezuelano de Educação-Ação em Direitos Humanos, Marino Alvarado, pediu ao Executivo que “respeite” o trabalho destas organizações já que, ao não fazê-lo, se “debilita” a possibilidade que as vítimas “possam ter justiça”. EFE

aa/rsd

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