ONGs exigem libertação imediata de ativista detido no Bahrein
Cairo, 3 out (EFE).- As organizações internacionais Human Rights Watch (HRW) e Anistia Internacional (AI) exigiram nesta sexta-feira a libertação do ativista bareinita Nabil Rajab, detido na quarta-feira e acusado de insultar uma instituição oficial.
Em comunicado, a HRW pediu que as acusações contra Rajab sejam retiradas e que ele seja liberto imediatamente.
“Estas acusações mostram que as autoridades do Bahrein estão empenhadas em silenciar uma das vozes críticas mais francas”, disse o diretor adjunto da organização para o Norte da África e para o Oriente Médio, Joe Stork.
Pelo Twitter, o ativista publicou uma mensagem contra as forças de segurança no dia 28 de setembro, depois que quatro bareinitas aparecessem em um vídeo do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) que, por um lado, atacava a legitimidade do regime e, por outro lado, colocava os xiitas bareinitas como alvo.
“Muitos bareinitas que se uniram ao terrorismo e ao EI procedem das instituições de segurança e essas instituições foram sua primeira incubadora ideológica”, dizia o tweet.
Segundo a HRW, Rajab se referia a um antigo oficial de segurança do Ministério do Interior, Mohamed Isa al Binali.
Após ser interrogado Rajab na quinta-feira, as autoridades bareinitas prolongaram sua detenção por mais sete dias, sem que sua advogada, Yalila al Sayed, fosse permitida a apresentar o vídeo do EI como prova de absolvição, afirmou a HRW.
A Anistia Internacional considerou a detenção de Rajab como “outro sério golpe à liberdade de expressão no Bahrein” e uma nova “tentativa das autoridades de calar os dissidentes”, segundo afirmou em comunicado divulgado na quinta-feira o diretor adjunto para o Norte da África e o Oriente Médio da organização, Said Bumeduha.
O Código Penal bareinita criminaliza as ofensas contra autoridades governamentais, instituições e agências, o que vai contra o direito e os padrões internacionais, defendeu a AI em comunicado.
Rajab, de 49 anos, retornou ao Bahrein há três dias depois de ter passado dois meses na Europa, período que teve para quais conhecer a condição dos direitos humanos em seu país.
Em 24 de maio, Rajab foi liberto após cumprir uma condenação de dois anos de prisão por crime de difamação ao criticar pelo Twitter o primeiro-ministro, Khalifa bin Salman al Khalifa, e o Ministério do Interior pela repressão das manifestações que reivindicavam uma maior abertura política no país.
Com maioria xiita, mas governado por uma monarquia sunita, o Bahrein é cenário há mais de três anos de contínuos protestos populares para pedir reformas políticas que foram reprimidas pelas forças de segurança. EFE
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