ONGs pedem investigação da ONU sobre ataques contra civis no Iêmen
Cairo, 19 ago (EFE).- Ao todo, 23 ONG, entre elas Human Rights Watch e Anistia Internacional, denunciaram nesta quarta-feira os ataques contra civis no atual conflito no Iêmen e pediram uma investigação internacional independente da ONU sobre as violações cometidas pelos dois lados envolvidos.
Em comunicado, as ONG, muitas delas árabes, solicitaram que o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas crie uma comissão para investigar as violações das leis de guerra desde o começo do conflito no Iêmen, em setembro de 2014, quando os rebeldes houthis tomaram o controle da capital.
“As acusações de ataques ilegais e indiscriminados que mataram civis no Iêmen colocam dúvidas que só podem ser sanadas através de uma investigação internacional”, afirmou Philippe Dam, vice-diretor da Human Rights Watch.
A nota destacou que cerca de 2 mil civis morreram no Iêmen desde o começo da intervenção militar liderada pela Arábia Saudita em março. A maior parte das vítimas faleceu em bombardeios da coalizão, segundo dados do escritório do alto comissário da ONU para os Direitos Humanos. Além disso, a coalizão usou bombas de fragmentação (proibidas em 117 países) em áreas povoadas do Iêmen, o que provocou ferimentos e a morte de civis.
As ONGs destacaram que o embargo aéreo e marítimo imposto pela coalizão árabe pode causar crise de fome entre a população civil e ser considerado um crime de guerra, se for empregado como uma arma no conflito.
Por sua vez, os grupos armados rebeldes violaram reiteradamente o princípio de neutralidade e atacaram indiscriminadamente com bombas e foguetes áreas muito povoadas, inclusive hospitais.
As 23 organizações lembraram que o Conselho de Direitos Humanos da ONU adotou várias resoluções sobre o Iêmen desde 2011, mas nenhuma desde o começo da missão militar. Elas apelaram à responsabilidade dos países que participam da ofensiva e que são membros desse Conselho (Marrocos, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos), assim como os Estados Unidos e o Reino Unido, que apoiam a missão árabe. EFE
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