Onu adverte que Sudão do Sul está a um passo da crise de fome
Genebra, 6 jun (EFE).- O Sudão do Sul se encontra a um passo da crise de fome, com 1,3 milhões de pessoas situadas na etapa prévia – em níveis de insegurança alimentar severa -, enquanto um terço da população total estará em condições de necessidade critica de ajuda humanitária nos próximos três meses.
Esses dados foram apresentados nesta sexta-feira pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA), a maior instituição humanitária da ONU, que revelou que o conflito étnico está “empurrando o Sudão do Sul em direção a uma catástrofe de crise de fome”.
Segundo uma classificação sobre segurança alimentar usada pela ONU – que vai de um a cinco, desde a ausência de problemas até a crise de fome -, há 1,3 milhões de pessoas na fase quatro de “emergência”.
Além disso, 2,4 milhões se encontram na fase três, que já representa uma situação de “crise”.
Antes do conflito vivido atualmente no Sudão do Sul, 140 mil pessoas se encontravam na fase 3 e ninguém na fase 4, sustentou a porta-voz do organismo, Elizabeth Byrs.
Os confrontos armados, iniciados após uma crise política que começou no final de 2013 com uma tentativa de golpe de Estado contra o presidente Salva Kiir, “intensificaram a insegurança alimentar em áreas isoladas pelo conflito, mas o desastre ainda pode ser evitado”, acrescentou.
O conflito explodiu depois de dois anos do Sudão do Sul ter conseguido sua independência do Sudão, após uma guerra civil de mais de duas décadas, e já provocou o êxodo interno de um milhão de pessoas, além da fuga de 360 mil cidadãos para países vizinhos.
A situação mais grave é vista nos estados de Jonglei, Unidade e Nilo Alto, que, na próxima segunda-feira, receberão um comboio com 1,2 mil toneladas de alimentos vindos de Juba, a capital do país.
“O PMA enfrenta grandes dificuldades para transportar alimentos a lugares afastados devido aos problemas de acesso (pelas condições geográficas e o início da temporada de chuvas) e pela insegurança”, ressaltou Byrs.
Grande parte das vias do país se encontra bloqueada e, por isso, a ONU prioriza as vias fluviais e aéreas para enviar ajuda humanitária às áreas mais remotas, embora o custo desta última seja cinco vezes superior ao da distribuição por terra.
Em março, o PMA começou uma operação de entrega de mantimentos por paraquedas, com a qual chegou prestou ajuda a mais de 335 mil pessoas desde então.
Agora, para atenuar essa situação alarmante, a ONU planeja uma nova carga de dez aviões – a um custo de US$ 17 milhões -, finalizou a porta-voz do organismo. EFE
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