ONU afirma que Gaza “está por um fio” e pede “máxima contenção”

Nações Unidas, 9 jul (EFE).- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse nesta quarta-feira que está alarmado pela nova onda de violência em Gaza, que, afirmou, “está pendendo por um fio”, e pediu a máxima contenção às partes envolvidas no conflito.

“A deterioração da situação (em Gaza e seus arredores) está conduzindo a uma espiral que rapidamente pode sair do controle de qualquer parte”, afirmou Ban em entrevista coletiva na sede da ONU.

“Esta é uma das provas mais críticas à qual a região se enfrentou nos últimos anos”, acrescentou Ban, que tinha dedicado a maior parte do dia a manter um “diálogo ativo” com líderes mundiais e regionais sobre a situação na Faixa, no sul de Israel e na Cisjordânia.

Suas declarações acontecem depois que, nas últimas 48 horas, a tensão aumentou na região pelo lançamento de foguetes de Gaza contra Israel e pelos ataques aéreos sobre a Faixa por parte da aviação israelense, com um saldo de dezenas de mortos.

Em sua declaração, Ban condenou o lançamento de foguetes de Gaza, que qualificou de “inaceitáveis”, mas também pediu “máxima contenção” a Israel.

Ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Ban lembrou que deve “respeitar as obrigações internacionais para proteger os civis”, e condenou o “elevado” número de mortos entre os civis de Gaza por causa dos ataques israelenses.

O secretário-geral da ONU também encorajou todas as partes a propiciar a possibilidade que se retorne ao cessar-fogo estipulado em novembro de 2012 e pediu ao dois lados que acabem com seus ataques e provocações.

“O extremismo em todas suas formas está alimentando o ciclo de violência”, insistiu. “É tempo de justiça, não de vingança”, insistiu Ban.

Por outra parte, o secretário-geral pediu desculpas aos jornalistas por não anunciar o nome do sucessor do mediador internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, que renunciou em maio.

“As consultas continuam e espero poder estar em posição de fazer um anúncio muito em breve”, disse Ban.

Fontes da ONU anteciparam que o substituto de Brahimi será o ex-ministro das Relações Exteriores da Itália, Staffan de Mistura. EFE