ONU afirma que presença do ebola aumentou mortes por outras doenças na África

  • Por Agencia EFE
  • 10/10/2014 16h35

Nações Unidas, 10 out (EFE).- O vice-secretário-geral da ONU, Jan Eliasson, advertiu nesta sexta-feira que a epidemia do ebola está aumentando as mortes por outras doenças na África Ocidental, como tuberculose e malária, uma vez que estes doentes não estão recebendo o atendimento sanitário normal.

Eliasson fez este alerta em seu discurso durante a sessão dedicada à crise do ebola que aconteceu hoje na Assembleia Geral das Nações Unidas.

Segundo o vice-secretário-geral da ONU, a epidemia do ebola está causando mais mortes do que o próprio vírus, já que muitos moradores dos países afetados no oeste do África estão morrendo por outras doenças que lhes ameaçam normalmente porque têm medo de se aproximar dos hospitais abarrotados.

“Há muita gente que não está tendo um atendimento sanitário normal. Os hospitais estão sobrecarregados e há gente que está até preocupada em ir ao hospital. Portanto, vocês podem imaginar o número de pessoas que estão sofrendo e morrendo por outras doenças”, disse Eliasson.

O vice-secretário-geral assegurou que estas mortes “não estão ainda nas estatísticas”, depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou hoje que 4.033 pessoas morreram por causa do ebola em sete países desde o último mês de março.

A imensa maioria destas pessoas morreu na Libéria, Serra Leoa e Guiné. O número de infectados registrados até o último dia 8 de outubro é de 8.399.

Eliasson encorajou os países-membros a trabalhar “generosamente e velozmente” para erradicar a epidemia, já que, segundo sua opinião, “uma contribuição em dias é mais importante que uma grande contribuição em semanas”.

Neste mesmo sentido se expressou o presidente da sessão da Assembleia Geral, Sam K. Kutesa, que embora tenha elogiado os esforços da comunidade internacional para acabar com o problema, assegurou que “é necessário fazer muito mais para cortar esta crise sanitária mundial pela raiz”.

Kutesa alertou que o surto poderia passar rapidamente de uma crise regional a uma internacional, porque “no mundo interconectado de hoje, o ebola é uma ameaça que pode aterrissar na porta de qualquer nação”. EFE

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