ONU cifra em 187.100 o número de mortes no mundo por consumo de drogas

  • Por Agencia EFE
  • 26/06/2015 07h04
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Viena, 26 jun (EFE).- O número de pessoas que morreram no mundo em 2013 devido ao consumo de drogas se manteve estável e chegou a 187.100, segundo a estimativa revelada nesta sexta-feira pelo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

Este número foi divulgado pela ONU em seu Relatório Mundial sobre as Drogas, divulgado hoje em Viena, e que estima que 246 milhões de pessoas com entre 15 e 64 anos consumiram entorpecentes ilegais, o que representa um em cada 20 adultos do planeta.

“Um número inaceitável de consumidores de drogas no mundo todo continua perdendo sua vida de forma prematura, com uma estimativa de 187.100 mortes relacionadas com as drogas em 2013”, disse no relatório o diretor-geral da UNODC, Yuri Fedotov.

Em âmbito regional, o continente asiático registrou o maior número de mortes, com 81.100, seguido por América do Norte, com 43.300, África (37.800), Europa (16.900), América Latina e Caribe (6 mil), e Oceania (2 mil).

O total de mortos, segundo a ONU, é praticamente o mesmo de anos anteriores.

No caso do número de consumidores de drogas, a ONU calculou em 3 milhões de pessoas a mais que em relação ao ano anterior. No entanto, se esse dado for ajustado ao aumento da população, “o consumo de drogas ilícitas permaneceu estável”.

Além disso, o relatório indica que um em cada dez usuários de drogas tem sérios problemas de toxicomania.

Desses 27 milhões de “consumidores problemáticos”, a metade deles (12,19 milhões) é de usuários de substâncias injetáveis e estima-se que 1,65 milhões deles estavam infectados com HIV em 2013.

A droga que gera mais problemas de saúde e mortes é o ópio, “o que pode ser atribuído à relação que existe entre o consumo de opiáceos e drogas injetáveis, HIV, Aids e mortes por overdose”, segundo o documento.

Entre os usuários de drogas injetáveis, como a heroína, a mortalidade é 15 vezes maior que em outras pessoas da mesma faixa etária e sexo que não as utilizam, devido à maior probabilidade de transmissão de doenças infecciosas e de sofrer uma overdose.

A ONU também denuncia que apenas um em cada seis viciados com problemas graves de dependência têm acesso a programas de tratamento.

“As mulheres, em particular, parecem enfrentar as maiores barreiras no tratamento: enquanto um em cada três consumidores de drogas em nível mundial é uma mulher, só um de cada cinco consumidores de drogas em tratamento é do sexo feminino”, afirmou Fedotov.

O responsável da UNODC acrescentou que é necessário um esforço maior para fazer entender o vício em drogas como um mal, “como outras doenças crônicas como a diabetes e a hipertensão, que requer tratamento e a atendimento sustentado a longo prazo”.

A maconha é a droga mais consumida do mundo, com quase 182 milhões de pessoas, seguida pelos entorpecentes sintéticos, entre eles as anfetaminas e o ecstasy, com 52,7 milhões.

Em seguida vêm os derivados do ópio, com 48,9 milhões de usuários, e a cocaína, com 17 milhões. EFE

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