ONU condena violência pré-eleitoral no Burundi e pede calma
Nações Unidas, 28 abr (EFE).- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou nesta terça-feira o surto de violência desencadeado no Burundi após o anúncio de que o presidente, Pierre Nkurunziza, tentará a reeleição e pediu calma a todas as partes.
Ban, em comunicado de seu porta-voz, reivindicou às autoridades do país uma rápida investigação sobre as mortes ocorridas durante as manifestações e exigiu que os responsáveis respondam perante a Justiça.
Além disso, o secretário-geral pediu que as forças de segurança mantenham a imparcialidade e a moderação perante os protestos, nas quais faleceram pelo menos cinco pessoas e que levaram milhares a fugir para vizinha Ruanda.
O diplomata coreano pediu a todas as partes que rejeitem a violência e evitem o uso de discursos que possam aumentar a tensão.
Nesse sentido, Ban pediu a toda a população que mantenha a salvo os progressos conquistados na consolidação da paz e da democracia no país e que resolva suas diferenças através do diálogo.
Ban anunciou que seu enviado especial para a região dos Grandes Lagos, Said Djinnit, viajou ao Burundi para se reunir com o presidente e outros responsáveis do governo, líderes de partidos políticos e membros da comunidade diplomática.
Os protestos no país começaram depois que o hutu Nkurunziza anunciou que se apresentaria de novo às eleições presidenciais, cujo primeiro turno será realizado em junho.
O anúncio, divulgado no sábado, provocou uma onda de protestos entre os partidários da oposição, que considera que a Constituição burundinesa proíbe as aspirações do presidente.
A candidatura de Nkurunziza suscitou o temor entre grandes setores da população burundinesa, que há uma década saiu de uma guerra civil (1993-2005) que afundou o país e ainda afeta a sociedade. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.