ONU convoca “reunião especial” por crise de refugiados para 30 de setembro
Nações Unidas, 28 ago (EFE).- O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, anunciou nesta sexta-feira que está organizando para 30 de setembro uma “reunião especial” para que os líderes mundiais debatam a crise de refugiado e os problemas da imigração durante sua visita a Nova York para a Assembleia geral.
Hoje, ele fez uma avaliação das tragédias migratórias das últimas semanas na Europa e disse estar “horrorizado e com o coração partido” por conta das vítimas. Ban destacou a descoberta de 71 corpos em um caminhão abandonado perto da fronteira entre a Áustria e a Hungria e os mais de 80 após dois naufrágios na Líbia.
Em comunicado distribuído pelo escritório do porta-voz das Nações Unidas, o diplomata coreano aproveitou para lembrar aos líderes mundiais que o direito internacional estimulou, “e os estados assim o reconheceram”, o direito dos refugiados à proteção e ao asilo.
“Ao considerar os pedidos de asilo, os Estados não podem fazer distinções baseadas em religião ou outra identidade, nem forçar as pessoas a voltar aos lugares de onde fugiram se há medo fundado de perseguição ou atentado. Não é só uma questão de direito internacional, é nosso dever como seres humanos”, afirmou.
O secretário-geral disse ainda que a maioria das pessoas que embarca nestas condições é refugiada que se vê obrigada a abandonar lugares como Síria, Iraque ou Afeganistão, e lamentou que o Mar Mediterrâneo e outros lugares do mundo continuem sendo uma “armadilha mortal” para refugiados e emigrantes.
“Estas tragédias constantes ressaltam o desespero das pessoas buscando proteção e uma nova vida e mostram a falta de controle legal de mafiosos e traficantes cujas atividades criminosas se estendem do Mar de Andamão ao Mediterrâneo, passando pelas estradas da Europa”, afirmou Ban.
Assim, embora tenha enaltecido o trabalho dos líderes e comunidades que cumpriram com a prestação de amparo, disse que esta crise “requer muito mais” e pediu aos governos envolvidos a dar respostas “extensas”, ampliar os canais seguros e legais de migração e cumprir com as obrigações internacionais, além de atuar com “humanidade e compaixão”.
“A comunidade internacional tem que mostrar maior determinação para resolver conflitos e outros problemas que tornam a fuga a única opção dessas pessoas. Se isso fracassar, o número de deslocados – mais de 40 mil diários – continuará subindo. Esta crise envolve solidariedade. Não é uma crise de números”, concluiu. EFE
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