ONU denuncia ataques contra albinos na África Central

  • Por Dia Mundial de Conscientização do Albinismo Albinismo ONU Sociedade Brasileira de Dermatologia Zeid Al Hussein Tanzânia Malaui Burundi Direitos Humanos
  • 13/06/2015 18h23
Yaixa Huertas, 9, who is part of the albino or "Children of the Moon" group in the Guna Yala indigenous community, poses for a photograph on Ailigandi Island in the Guna Yala region, Panama May 4, 2015. Alabaster-skinned people born on a sun-scorched group of islands off Panama's Caribbean coast are venerated as Children of the Moon. Albinos make up between 5 and 10 percent of the roughly 80,000 indigenous Gunas who live on the mainland of the Guna Yala region and its islands. With their sensitive skin and eyes, young Guna albinos must be shuttled to and from school, avoiding the baking heat, while they watch their friends play in the streets. June 13th is International Albinism Awareness Day. REUTERS/Carlos Jasso PICTURE 31 OF 32 FOR WIDER IMAGE STORY "CHILDREN OF THE MOON" SEARCH "JASSO MOON" FOR ALL IMAGES Reuters ONU denuncia ataques contra albinos na África Central
Carolina Gonçalves – Repórter da Agência Brasil Edição: Beto Coura

O alto-comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, disse que o Dia Mundial de Conscientização do Albinismo, celebrado hoje (13) pela primeira vez, é uma oportunidade para o reconhecimento das conquistas e desafios dessa população.

O albinismo, que provoca a despigmentação da pele, dos cabelos e olhos, é causado pelos genes recessivos de ambos os pais, mas não é considerado uma doença. No entanto, médicos alertam que as características podem provocar consequências a saúde, como prejuízos à visão, que fica mais sensível aos raios solares, e aumento do risco de câncer de pele.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, estudos apontam que o albinismo pode afetar pessoas de todas as raças sem distinção e que, aproximadamente uma em 18 mil pessoas têm um dos tipos de albinismo no mundo. Não há um estudo sobre a ocorrência no Brasil.

Zeid Al Hussein alertou que, além da vulnerabilidade ao sol, as pessoas albinas são alvo de preconceito e violência no mundo. Desde o início do ano, a ONU divulgada em seu site registros de ataques a albinos em algumas regiões do mundo.

O levantamento revela que no período de seis meses – entre outubro de 2014 e março deste ano -, 15 albinos foram raptados, feridos, mortos ou sofreram tentativas de sequestro nos últimos seis meses na Tanzânia, no Malaui e Burundi.

O alto-comissário encaminhou pedidos para que autoridades reforcem as medidas de proteção às pessoas que vivem nestas condições. Segundo ele, as crianças têm sido a maior parte das vítimas.

Um dos casos apontados foi o da criança de um ano, Yohana Bahati, encontrada morta, há três meses, no norte da Tanzânia, depois de ser raptada de sua casa por cinco homens armados.

Zeid explicou que, em muitos casos, os corpos das vítimas são usados em rituais. Segundo ele, pelo menos 75 pessoas com albinismo morreram desde 2000 na Tanzânia devido à prática.

Informações de ativistas da sociedade civil enviados à ONU apontam que centenas de pessoas com albinismo, a maioria crianças, foram atacadas, mortas ou mutiladas em pelo menos 25 países africanos, em função da crença de que partes dos corpos das vítimas poderiam conferir poderes mágicos aos praticantes dos rituais.

Com informações da Rádio ONU

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