ONU denuncia uso sistemático de violência sexual por grupos terroristas

  • Por Agencia EFE
  • 14/04/2015 20h52
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Nações Unidas, 14 abr (EFE).- Vários grupos terroristas, entre eles Estado Islâmico (EI), Boko Haram e Al Shabab, utilizam a violência sexual de forma sistemática como ferramenta de controle dos territórios em conflito, denunciou a ONU nesta terça-feira.

“Usam a violência sexual para aterrorizar a população e alcançar seus objetivos”, assinalou em entrevista coletiva a representante especial das Nações Unidas para a Violência Sexual em Conflitos, Zainab Hawa Bangura.

Segundo Bangura, que explicou os detalhes de um relatório anual elaborado pela organização, um dos “pilares chave da estratégia destes grupos é a subjugação da mulher”.

Para isso utilizam “estupros, escravidão sexual e casamentos forçados, com os quais buscam novos adeptos e premiam os combatentes”, indicou Bangura.

Esses crimes acontecem de forma sistemática e não simplesmente no contexto de um conflito, segundo a ONU.

“O uso de tecnologias modernas para promover suas crenças medievais é um fato preocupante”, acrescentou Bangura, que destacou que as redes sociais estão ajudando os terroristas a “amplificar” suas mensagens.

Para as Nações Unidas, os crimes cometidos por este tipo de grupo foram a circunstância mais preocupante para as mulheres em zonas de conflito em 2014, período coberto pelo relatório, que será apresentado amanhã ao Conselho de Segurança.

No total, o documento indicou 45 grupos armados, a maioria milícias e organizações terroristas, como suspeitos de terem cometido crimes sexuais em conflitos.

Além disso, ela assegurou que ao longo do ano passado aumentaram os ataques contra minorias étnicas e religiosas, sobretudo em lugares como Iraque, Mianmar e Sudão do Sul, e em algumas zonas de conflito também houve agressões contra a comunidade homossexual.

Entre outras coisas, Bangura considerou necessário combater a “impunidade” que reina sobre muitos destes crimes e conseguir um compromisso maior das forças de segurança dos países para lutar contra eles.EFE

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