ONU denuncia violações de direitos humanos no conflito do Sudão do Sul

  • Por Agencia EFE
  • 08/05/2014 14h53

Juba, 8 mai (EFE).- A Missão das Nações Unidas do Sudão do Sul (UNMISS) denunciou nesta quinta-feira em uma relatório importantes violações de direitos humanos, do direito internacional humanitário e crimes contra a humanidade desde que começou o atual conflito no Sudão do Sul em 15 de dezembro.

O documento aponta como responsáveis ambas as partes do conflito, tanto o Exército leal ao presidente Salva Kiir, como os rebeldes seguidores do ex-vice-presidente Riek Machar.

Entre as violações e crimes, a UNMISS destaca “assassinatos extrajudiciais, desaparições forçadas, estupros e outras formas de violência sexual, detenções arbitrárias, ataques dirigidos contra civis, hospitais e dependências e pessoal da missão de paz”.

Além disso, denuncia que cerca de um milhão de sul-sudaneses fugiram de seus lares como consequência do conflito.

Tudo isso “apesar do cessar-fogo assinado em 23 de janeiro”, assinala o documento,

A UNMISS solicitou também que sejam iniciadas as investigações necessárias para “deter e processar os responsáveis”, e que se faça “de maneira independente e transparente segundo os padrões e princípios internacionais”.

“Não pode ter reconciliação sem que sejam prestadas contas”, ressaltou a representante especial do secretário-geral das Nações Unidas no Sudão do Sul, Hilde F. Johnson, que acrescentou que isto “é chave para acabar com a legitimação da impunidade no Sudão do Sul e prevenir similares atrocidades no futuro”.

No mesmo relatório, a UNMISS emitiu sete exigências sob o nome de “recomendações”.

Nelas, a missão requer a cessação das hostilidades, um verdadeiro processo de paz, a proteção dos civis, a prestação de contas, o estabelecimento de um marco legal crível no país, a reforma dos aparatos de segurança e a identificação dos responsáveis por parte da Comissão da União Africana no Sudão do Sul.

O conflito começou em meados de dezembro, quando na capital ocorreram combates entre o Exército e militares insurgents, e Kiir acusou Machar de tentar dar um golpe de Estado.

Desde então, pioraram os enfrentamentos, que já deixaram milhares de mortos e colocaram o jovem país, que ficou independente do Sudão em julho de 2011, à beira de uma guerra civil. EFE

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