ONU denuncia violações sectárias e de direitos humanos no Iraque

  • Por Agencia EFE
  • 23/02/2015 13h50
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Bagdá, 23 fev (EFE).- A ONU denunciou nesta segunda-feira violações generalizadas de direitos humanos de uma natureza cada vez mais sectária no Iraque, assim como a deterioração do Estado de Direito em grande parte do país, em um relatório da organização internacional.

O documento, elaborado pela Missão da ONU de Assistência para o Iraque (Unami) e o Escritório do alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, recolhe casos que ocorreram desde 11 de setembro de 2014 até 10 de dezembro do mesmo ano.

O relatório denuncia graves violações do direito internacional humanitário e abusos de direitos humanos perpetrados durante três meses pelos jihadistas do Estado Islâmico (EI) “com caráter sistemático e aparentemente generalizado”.

A ONU inclui homicídios cometidos contra civis, sequestros, violações, escravidão, tratamento de mulheres e crianças, recrutamento forçado de menores, destruição de lugares de importância religiosa ou cultural, saque e os ataques a liberdades fundamentais, entre outros.

Os ataques foram cometidos contra diversas comunidades étnicas e religiosas do país, entre eles, turcomanos, cristãos, yazidis, curdos e xiitas, além de membros das forças iraquianas e toda pessoa suspeita de não seguir o EI.

“Foram agressões propositais e sistemáticas do Estado Islâmico e grupos afins, no que parece uma política deliberada destinada a destruir, eliminar e expulsar completamente essas comunidades das zonas sob seu controle”, detalha o documento.

Durante o período de elaboração do relatório, pelo menos 165 execuções foram realizadas como sentença dos chamados “tribunais” islâmicos, controlados pelo Estado Islâmico.

“Muitas das violações e abusos perpetrados podem constituir crimes de guerra, crimes contra a humanidade e possivelmente genocídios”, assinalou o relatório.

Pelo menos 11.602 civis morreram e outros 21.766 ficaram feridos desde o início de janeiro até 10 de dezembro de 2014.

O relatório acrescenta que a maioria dos civis morreram por efeitos secundários da violência, como a falta de acesso aos alimentos, água ou atendimento médico, e adverte que as crianças, as mulheres grávidas, pessoas com incapacidade e idosos são especialmente vulneráveis a essas circunstâncias.

Os jihadistas ocuparam Mossul, a segunda cidade do país, em junho do ano passado e declararam um “califado” nos territórios sob seu controle no norte do Iraque e Síria, enquanto continuam enfrentando as forças iraquianas na busca de ampliar seu domínio. EFE

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