ONU desdobra missão de paz na República Centro-Africana

  • Por Agencia EFE
  • 15/09/2014 13h19

Nairóbi, 15 set (EFE).- A Organização das Nações Unidas (ONU) iniciou nesta segunda-feira sua missão para a manutenção da paz na República Centro-Africana com o desdobramento de 6.500 soldados em revezamento ao contingente da União Africana que operava até o momento apoiado por tropas francesas.

A operação, denominada Minusca e autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU em abril, prevê uma força multinacional de 10 mil soldados e 1.800 policiais que chegarão progressivamente ao país, que há quase dois anos sofre uma grave onda de violência e instabilidade.

A República Centro-Africana tinha até hoje uma missão da União Africana (Misca), reforçada por dois mil soldados franceses e cerca de mil militares das Forças da União Europeia. A nova missão terá um período inicial de um ano, tempo no qual tentará resolver a espiral de violência religiosa entre milícias cristãs e muçulmanas que causou milhares de mortos e mais de um milhão de deslocados.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exaltou a “bem-sucedida” tarefa realizada pela Misca e reiterou em comunicado sua “profunda preocupação” pelos contínuos ataques que a população civil sofre. Neste sentido, pediu às partes do conflito a sustentar o compromisso feito para respeitar a transição política liderada pela presidente interina, Catherine Samba-Panza, que deveria culminar com um processo eleitoral.

A coalizão Seleka, de confissão muçulmana e composta por quatro grupos rebeldes, pegou em armas no norte do país em dezembro de 2012 ao considerar que o então presidente, François Bozizé, não tinha respeitado os acordos de paz assinados em 2007. Em 24 de março de 2013 seus partidários tomaram a capital do país, Bangui, e seu líder, Michel Djotodia, assumiu o poder de forma interina após a fuga do derrubado Bozizé.

No final do ano passado, as milícias cristãs “Anti-Balaka” alçaram contra os partidários de Seleka e contra a população muçulmana em geral, em represália aos abusos cometidos pelos rebeldes durante os meses em que estiveram no poder. EFE

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