ONU diz que 3 jovens centro-africanas foram estupradas por “boinas azuis”
Nações Unidas, 19 ago (EFE).- Ao todo, três jovens mulheres, uma delas menor de idade, foram estuporadas recentemente por membros de um contingente militar de “boinas azuis” na República Centro-Africana, informou nesta quarta-feira Vannina Maestracci, uma das porta-vozes do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon.
Os fatos foram denunciados no último dia 12 na sede da missão da ONU nesse país, conhecida por seu sigla em inglês de Minusca, estabelecida no ano passado e integrada por 9 mil militares e mais de mil policiais. Vannina não informou a data em que os estupros aconteceram, mas disse que são recentes.
Um comunicado lido para jornalistas na entrevista coletiva diária na sede da ONU esclareceu que estas “denúncias inquietantes” foram feitas durante depoimentos das famílias das vítimas.
Os abusos sexuais foram realizados por três membros do contingente, cuja nacionalidade não foi revelada. Também não foi dito se os três crimes foram cometidos separadamente ou em grupo. Em casos parecidos, a ONU não revelou imediatamente a nacionalidade dos soldados, enquanto eram realizadas as investigações pelo país de origem do militar.
Os fatos foram registrados na cidade de Bamberi, no centro da República Centro-Africana. As autoridades do país ao qual os “boinas azuis” pertencem têm dez dias para confirmar se iniciou ou não uma investigação dos fatos.
“Caso as autoridades desse país decidem não fazê-la, a ONU realizará rapidamente sua própria investigação”, acrescentou o comunicado.
Ao todo, 50 nações contribuem com soldados ou policiais a esta força de paz.
Desde que a Minusca começou a operar, em abril de 2014, foram recebidas 61 denúncias sobre más condutas de seus efetivos, sendo 13 sobre casos de possíveis abusos sexuais. Pelo menos quatro militares e dois policiais foram repatriados por estes fatos.
Em junho, a ONU foi notificada de dois casos diferentes de abusos sexuais na República Centro-Africana contra menores realizados por “boinas azuis”, cujas nacionalidades não foram informadas. EFE
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