ONU diz que cerca de 5 mil pessoas aguardam abertura da passagem de Rafah

  • Por Agencia EFE
  • 16/05/2014 12h54
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Jerusalém, 17 mai (EFE).- Aproximadamente 5 mil pessoas, algumas em condições de extrema necessidade humanitária, esperam a abertura por parte do Egito da passagem de Rafah, a única porta de conexão de Gaza com o mundo, informou nesta sexta-feira o Escritório de Coordenação Humanitária da ONU nos territórios ocupados (OCHA).

Em seu relatório semanal, a OCHA assinala que cerca de 5 mil pessoas foram registradas na passagem de Rafah diante de uma eventual abertura da fronteira por parte das autoridades egípcias, que, desde o começo do ano, mantiveram a mesma praticamente fechada.

A maior parte dos inscritos são doentes, estudantes e turistas com vistos de um terceiro país, acrescentou a agência da ONU, que, além disso, denuncia um descenso quantitativo das reservas de combustível na Faixa de Gaza.

Um alto responsável da Autoridade Nacional Palestina (ANP), responsável pelas negociações com o movimento islamita Hamas, anunciou nesta semana que o Egito se comprometeu a abrir a passagem de Rafah no momento em esse grupo e o movimento nacionalista Fatah formasse um governo de unidade, fato que chegou a ser anunciado no último dia 23 de abril.

As fronteiras de Gaza estão sob controle militar israelense desde junho de 2007, quando o Hamas expulsou as forças do Fatah e assumiu o controle da faixa, onde estabeleceu um governo próprio.

Por outra parte, a OCHA denuncia em seu relatório que 43 palestinos foram feridos nos últimos sete dias na Cisjordânia em ações do Exército israelense, número que não inclui os sangrentos incidentes ocorridos na última quinta-feira durante a lembrança da Nakba (catástrofe), como os palestinos denominam as consequências da primeira Guerra árabe-israelense de 1948.

Segundo a fonte, 60% dos feridos tiveram que ser atendido por inalação de gás lacrimogêneo, enquanto o restante teria sido atingido por golpes e tiros.

Cerca de 15 civis foram feridos em um protesto próximo à disputada Esplanada das Mesquitas ou Monte do Templo de Jerusalém Oriental, no qual dois policiais israelenses também ficaram feridos em confrontos.

O documento registra, além disso, que as forças de segurança israelenses praticaram 82 operações na Cisjordânia e detiveram um total de 127 pessoas, um número 34% acima da média semanal de 2014.

Em relação à atividade dos colonos radicais, a OCHA registrou que três palestinos ficaram feridos em sete ataques de ultranacionalistas israelenses na Cisjordânia.

Além disso, os colonos pintaram frases racistas em uma casa da Cidade Antiga de Jerusalém e lançaram pedras contra veículos palestinos perto da cidade de Jallet an Nahla, em Belém.

Os ataques de colonos radicais judeus aumentaram nas últimas semanas e elevaram a preocupação da Igreja Católica perante a visita, prevista para a próxima semana, do papa Francisco à Terra Santa. EFE

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