ONU diz Síria descumpre exigências humanitárias e discute possíveis medidas

  • Por Agencia EFE
  • 28/03/2014 16h43
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Nações Unidas, 28 mar (EFE).- A ONU afirmou nesta sexta-feira que a Síria está descumprindo as exigências de acesso humanitário fixadas há pouco mais de um mês pelo Conselho de Segurança, o que levou às potências ocidentais a começar a discutir possíveis medidas em resposta.

A subsecretária-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, garantiu que nas últimas semanas a situação da população síria piorou. Além disso, continuaram produzindo-se violações da lei humanitária, incluindo impedimentos “arbitrários e injustificados” de ajuda para os civis.

Conforme destacaram hoje vários embaixadores ocidentais, os membros do Conselho de Segurança já começaram a discutir possíveis medidas para responder ao descumprimento da resolução aprovada em 22 de fevereiro. O documento não contemplava sanções automáticas em caso de violação da resolução, mas sim advertia da possibilidade de empreender “passos adicionais”.

“Estamos obrigados a atuar, não só pela seriedade com a qual tomamos nossos mandatos no Conselho de Segurança e os compromissos que assumimos, mas simplesmente por um sentido básico da decência”, declarou aos jornalistas a embaixadora americana, Samantha Power.

O representante britânico, Mark Lyall Grant, assegurou que o Conselho já está começando a discutir “que passos podem ser tomados”. A situação foi confirmada pela embaixadora de Luxemburgo, Sylvie Lucas, que neste mês ocupa a presidência do principal órgão de decisão da ONU.

A Rússia, que apoiou a resolução humanitária em 22 de fevereiro, se opôs até agora a qualquer sanção no Conselho de Segurança contra o regime de Bashar al-Assad. Os membros do Conselho discutiram hoje, a portas fechadas, o relatório preparado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre o cumprimento das exigências humanitárias.

Conforme explicou Valerie após o encontro, no último mês, a situação na Síria piorou em vez de melhorar. De acordo com ela, hoje 3,5 milhões de pessoas necessitam de ajuda em áreas de difícil acesso, um milhão a mais do que no começo do ano.

A responsável da ONU assinalou que apenas 6% das pessoas que vivem em cidades sitiadas tiveram acesso à assistência nas últimas semanas. Ela criticou os impedimentos que sofrido pelo trabalho das agências humanitárias. Entre outros fatores, assinalou as “barreiras administrativas” por parte do regime e a apreensão de equipamentos médicos transportados por comboios humanitários.

Para Ocidente, o regime sírio é o principal responsável pela situação, segundo recalcou Samantha, que afirmou que os grupos da oposição conseguiram avanços no acesso humanitário nas áreas que controlam.

Sylvie Lucas insistiu que o governo não respondeu às demandas do Conselho de Segurança e apostou por tomar medidas se a situação continuar.

Por sua vez, o embaixador sírio na ONU, Bashar Jafari, criticou a postura de várias das potências ocidentais, acusando-as de “negar os fatos” e de respaldar grupos terroristas. O representante sírio ressaltou que o que a Síria precisa é que a comunidade internacional coopere com o governo para pôr fim à crise e ajudar à população civil, em vez de se aliar à oposição. EFE

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