ONU estabelece regime de sanções para Sudão do Sul
Nações Unidas, 3 mar (EFE).- O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), aprovou nesta terça-feira por unanimidade o início dos trabalhos de um comitê para impor sanções ao Sudão do Sul a fim de pressionar às partes para que ponham fim no conflito do país.
A resolução, adotada com 15 votos a favor e nenhum contra, não inclui, por enquanto, sanções específicas contra indivíduos ou entidades, mas deixa clara a disposição do Conselho a impor medidas, como proibições de viagens e congelamentos de ativos aos responsáveis pela violência. O documento adverte ainda soabre a possibilidade de um embargo de armas sobre o país, que vive um duro conflito desde dezembro de 2013 quando o presidente Salva Kiir, denunciou uma suposta tentativa de golpe de Estado liderada por seu vice-presidente, Riek Machar.
O acordo do Conselho de Segurança inclui a instalação de um comitê de especialistas que se encarregará de supervisionar o que ocorrer no país, incluindo a entrada de armamento, e propor sanções. A resolução foi proposta pelos Estados Unidos com a intenção de forçar às partes a avançar rumo a uma solução ao conflito.
Também hoje, a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad), o principal mediador no Sudão do Sul, advertiu a ambos os lados que poderia adotar represálias caso não alcançassem um acordo definitivo antes da próxima quinta-feira para definir os detalhes do governo de unidade. Kiir e Machar, que negociam há mais de um ano o fim do conflito, começaram hoje as conversas tête-à-tête com a pressão dessa data limite.
Alguns blocos, como a União Europeia (UE), já têm sanções em vigor contra alguns líderes militares acusados de obstruir o processo de paz e de ser responsáveis por atrocidades contra a população. Em um primeiro momento, alguns membros do Conselho, como China e Rússia, eram contrários as sanções, mas depois se uniram as demais potências para aprovar a resolução 2206.
Desde dezembro de 2013, milhares de pessoas morreram e, aproximadamente, dois milhões fugiram de seus lares por conta de um conflito que começou como uma disputa política entre Kiir e Machar, mas que, em pouco tempo, se transformou em uma guerra civil. Até agora, ambos os líderes sul-sudaneses realizaram várias reuniões e assinaram acordos de cessar-fogo, mas nenhum prosperou. EFE
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