ONU estuda opções após declarações de oposição síria e do Irã

  • Por Agencia EFE
  • 20/01/2014 17h26
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Nações Unidas, 20 jan (EFE).- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, “está estudando suas opções” após as declarações realizadas nesta segunda-feira pelo Irã e pela oposição síria sobre sua participação na conferência de paz sobre a Síria de “Genebra 2”.

Ban está “totalmente decepcionado” pela declaração pública realizada hoje por um responsável iraniano sobre seu governo, que foi convidado ontem a Genebra, não aceitar que a conferência se baseie na criação de um órgão executivo de transição, afirmou o porta-voz do secretário-geral, Martin Nesirky.

Além disso, acrescentou que Ban lamentou que a oposição síria tenha condicionado sua participação na conferência à ausência do Irã, considerado um aliado do regime de Damasco.

O responsável da ONU considera “que agora é o momento de empurrar” para apoiar a consecução da paz na Síria e “não é o momento de acrescentar condições”, acrescentou Nesirky em entrevista coletiva.

O secretário-geral está “consternado” pelos eventos sobre a participação na conferência, que começa na quarta-feira na cidade suíça de Montreux, já que alguns participantes condicionaram sua presença.

Ban, que anunciou na última hora da tarde do domingo o convite ao Irã depois que o ministro das Relações Exteriores desse país, Javad Zarif, lhe assegurou que “o Irã entende que a base das conversas” é a aplicação completa do comunicado de Genebra de 30 de junho de 2012, que inclui a criação de um organismo governamental sírio de transição.

O secretário-geral “está completamente decepcionado com as declarações iranianas de hoje, que não são coerentes com as garantias que recebeu”, afirmou Nesirky.

Também indicou que a decepção de Ban Ki-moon pelas declarações de hoje não é só com o Irã, mas também com a Coalizão Nacional Síria (CNFROS), principal aliança opositora, que ameaçou não comparecer ao processo de “Genebra 2” se a ONU não retirar seu convite aos iranianos.

Mesmo assim, Ban “segue convencido de que o Irã é um importante ator internacional com um papel importante a exercer”, acrescentou o porta-voz.

Nesirky explicou que o principal responsável das Nações Unidas “está estudando suas opções”, no meio de intensas gestões diplomáticas, mas evitou detalhar qual pode ser o próximo curso de ação do secretário-geral.

Também assegurou que a decisão de convidar o Irã “não foi apressada” nem constituiu uma surpresa para as autoridades americanas, “que estavam cientes”.

“Estivemos em contato contínuo com os Estados Unidos e a Rússia”, ressaltou o porta-voz.

Nesirky ressaltou ainda que parece haver algum tipo de mal-entendido, já que a reunião começa na quarta-feira em Montreaux (Suíça) em forma de plenário com 40 países e várias organizações internacionais, mas que as discussões que se iniciam na sexta-feira em Genebra são exclusivamente entre o governo e a oposição síria com o mediador internacional Lakhdar Brahimi.

As discussões de Genebra “não são uma reunião de um dia, mas um processo mediado por Brahimi. Nunca houve intenção que outros atores participassem das conversas entre sírios mediadas por Brahimi”, explicou.

Nesirky concluiu comentando que a reunião de Montreaux “é só um dia” para que os países e organizações convidados “mostrem sua solidariedade ao povo sírio”. EFE

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