ONU negocia condenação da tomada do poder pelos houthis no Iêmen
Nações Unidas, 14 fev (EFE).- O Conselho de Segurança da ONU tem sobre a mesa um projeto de resolução para condenar a tomada de poder no Iêmen por parte do movimento dos houthis, um texto que deve ser abordado em reunião amanhã, disseram à Agência Efe, neste sábado, fontes diplomáticas.
O texto, impulsionado pelos membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), “condena as ações unilaterais dos houthis para dissolver o parlamento e tomar o controle das instituições de governo” e considera que esses movimentos pioraram seriamente a situação no país.
A minuta exige que os rebeldes xiitas retirem suas forças dos edifícios governamentais, libertem o presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi, e outros dirigentes que estão sob prisão domiciliar, e aceitem negociar uma solução para a crise com mediação da ONU.
Além disso, expressa sua preocupação pelo avanço da Al Qaeda no país e adverte que o Conselho de Segurança está disposto a impor sanções àqueles que não cortarem todos os seus vínculos com o grupo jihadista.
A última versão do texto, divulgada hoje para a imprensa, não inclui – ao contrário de uma anterior – uma menção ao capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que abre a porta para o uso da força e de sanções econômicas para manter a paz e a segurança.
Os países do CCG, em reunião extraordinária de seus ministros de Relações Exteriores, pediram hoje que o Conselho de Segurança atuasse com base nesse capítulo da Carta e tomasse medidas coercitivas.
No entanto, segundo fontes diplomáticas, países como a Rússia não apoiam essa mensagem contundente contra os houthis, que – segundo vários dirigentes árabes – contam com o apoio do Irã.
Jordânia e Reino Unido lideram as negociações no Conselho de Segurança e são os países empenhados em conseguir um compromisso entre os 15 membros.
A provável reunião de amanhã não foi anunciada de forma oficial, por enquanto, e se desconhece qual seria seu formato, podendo acontecer tanto de portas abertas como fechadas.
A priori, nela também será tratada a situação na Ucrânia, com o objetivo de aprovar uma proposta de resolução para respaldar o acordo de cessar-fogo que entrou em vigor na primeira hora (local) deste domingo.
O texto que será analisado pelo Conselho foi proposto pela Rússia, cujas diferenças com o Ocidente impediram, até agora, a aprovação de resoluções sobre o conflito ucraniano no principal órgão de decisão das Nações Unidas. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.