ONU pactua agenda de desenvolvimento que substituirá Objetivos do Milênio
Nações Unidas, 2 ago (EFE).- Os Estados-membros das Nações Unidas acertaram neste domingo a nova agenda de desenvolvimento global, que será ratificada por líderes de todo o mundo em setembro e que substituirá a partir deste ano os Objetivos do Milênio.
A nova estratégia, válida para os próximos 15 anos, é construída em torno de 17 grandes objetivos que buscam acabar com a pobreza, impulsionar a prosperidade e o bem-estar dos cidadãos e proteger o meio ambiente.
Após dois anos de negociações, os países pactuaram a minuta dos chamados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que será aprovada formalmente pelos chefes de Estado e de Governo em uma cúpula que acontecerá na sede da ONU entre os dias 25 e 27 de setembro.
A declaração, de 29 páginas, fixa uma “visão absolutamente ambiciosa e transformadora”, segundo o próprio texto, para conseguir um mundo sem pobreza, fome, doenças ou violência e no qual todos os habitantes tenham acesso à educação de qualidade, saúde e proteção social.
Entre as metas concretas destaca a de erradicar daqui até 2030 a extrema pobreza no mundo, na qual figuram todos aqueles que vivem com menos de US$ 1,25 ao dia, e a de reduzir pela metade o número de pessoas que sofrem com a pobreza, medida em função das definições que cada país aplica.
Entre os objetivos de Desenvolvimento Sustentável aparece também assegurar que todo o mundo tenha acesso à comida suficiente e terminar com todas as formas de desnutrição.
Também se pretende reduzir em nível global a taxa de mortalidade materna para menos de 70 casos por cada 100 mil nascimentos, dar acesso à água potável para todo o mundo e terminar com a discriminação e a violência contra as mulheres, entre outros muitos objetivos.
A ambiciosa agenda está construída sobre as bases dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, adotados com a mudança de século e que alcançaram grandes avanços em áreas como a luta contra a pobreza.
No entanto, fracassaram em outros âmbitos, como o combate das desigualdades, aos quais se quer dar resposta nos próximos anos através desta nova iniciativa, que também presta muita atenção à conservação do planeta.
“Esta é a Agenda do povo Pessoas, um plano de ação para terminar com a pobreza em todas suas dimensões, de forma irreversível, em todas partes e sem deixar a ninguém atrás”, destacou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em comunicado no qual celebrou o acordo entre os Estados-membros.
Segundo Ban, a nova estratégia “procura assegurar a paz e a prosperidade e forjar colaborações com o povo e o planeta no centro”.
O diplomata sul-coreano lembrou que, junto ao acordo para financiar as políticas de desenvolvimento conseguido recentemente em Adis-Abeba, este pacto suporá o começo de uma “nova era”, e confiou em que ajude a fechar com sucesso as negociações de um acordo global contra a mudança climática, que deveria ser adotada no final de ano em Paris. EFE
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