ONU pede combate contra jihadistas na Líbia, mas mantém embargo de armas

  • Por Agencia EFE
  • 27/03/2015 21h50
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Nações Unidas, 27 mar (EFE).- O Conselho de Segurança da ONU chamou nesta sexta-feira a “combater por todos os meios” o avanço dos grupos jihadistas na Líbia, mas decidiu manter em vigor o embargo de armas que pesa sobre o país diante do risco de que elas caiam em mãos erradas.

O principal órgão de decisão das Nações Unidas ignorou os pedidos do governo líbio e da Liga Árabe, que tinham solicitado a suspensão da medida para que o exército nacional possa receber livremente armamento para que lute contra os terroristas.

Em seu lugar, o conselho encaminhou em uma resolução para os especialistas na área de sanções que analisem com urgência as isenções solicitadas pelas autoridades líbias para adquirir o material militar necessário para sua luta contra o Estado Islâmico (EI) e outros grupos terroristas.

O embargo de armas foi imposto em 2011, quando explodiu a revolta que acabou com o regime de Muammar Kadafi e se mantém desde então, embora com algumas remodelações.

Por enquanto, a ONU segue vendo com preocupação a “ameaça” que o movimento de armas e munição causa na Líbia, que em muitos casos chegaram nas mãos dos jihadistas.

A Líbia, com o apoio do Egito, solicitou a suspensão do embargo de armas em 18 de fevereiro, depois da divulgação de um vídeo do assassinato de 21 coptas (cristãos egípcios) que viviam no país por jihadistas.

Nos últimos meses, os grupos extremistas, entre eles o EI e formações que juraram lealdade, alcançaram um importante avanço na Líbia, onde dois governos, um rebelde em Trípoli e outro reconhecido em Tobruk, disputam o controle do país.

Hoje, o Conselho expressou sua preocupação com essa situação e pediu que todos os países “combatam por todos os meios, de acordo com a Carta das Nações Unidas e a legislação internacional”, o EI, a Ansar al Sharia e as organizações vinculadas à Al Qaeda.

Além disso, apoiou os esforços do governo líbio e ameaçou impor sanções a indivíduos e grupos que financiarem ou apoiarem os extremistas.

No plano diplomático, o Conselho voltou a pedir às partes do conflito que se comprometam de forma construtiva com as negociações de paz lideradas pelo enviado especial da ONU, o espanhol Bernardino León.

Em paralelo, os membros do Conselho prorrogaram até 15 de setembro o mandato da missão das Nações Unidas no país (UNSMIL), reconhecendo por sua vez a atual situação de segurança que obriga a uma presença reduzida.

As duas resoluções foram aprovadas por unanimidade em uma sessão do Conselho que se seguiu a um debate geral que se prolongou por oito horas e que analisou os ataques a minorias étnicas e religiosas no Oriente Médio. EFE

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