ONU pede medidas urgentes para evitar aumento da incidência da aids
Londres, 25 jun (EFE).- Um relatório da Agência das Nações Unidas contra a Aids (Unaids) divulgado nesta quarta-feira insta os governos a fazerem um esforço urgente contra a aids, especialmente nos países mais castigados pela doença, para evitar que volte a ganhar terreno nos próximos anos.
O estudo, elaborado conjuntamente pela Unaids e a revista médica “The Lancet”, sugere que os países mais afetados se concentrem em frear o contágio da doença e facilitar o acesso aos novos tratamentos antirretrovirais.
A agência da ONU ressaltou a importância de cumprir estas medidas para não haver um novo surto da epidemia.
“Devemos enfrentar a dura realidade: Se a porcentagem de novas infecções continuar, as medidas atuais contra o vírus não serão suficientes para deter as mortes por HIV”, advertiu Peter Piot, diretor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e principal autor do estudo.
O relatório mostra que, apesar do esforço sem precedentes para aumentar o acesso ao tratamento em nível mundial, o índice de contágios não está diminuindo como deveria.
“Devemos atuar com urgência. Os próximos cinco anos são uma frágil janela de oportunidade para acelerar nossa resposta e acabar com a epidemia até 2030”, afirmou Michel Sibidé, diretor-executivo da Unaids.
Sibidé acrescentou que, se não forem tomadas medidas, “as consequências humanas e financeiras serão catastróficas”.
O relatório destacou também a importância do investimento público contra o vírus da imunodeficiência humana (HIV) nas regiões mais castigadas pela doença, como a África.
Nestas regiões o investimento necessário para controlar a doença seria de um terço da despesa total em saúde e de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países afetados.
Portanto, o apoio internacional a estes países em sua luta contra a aids será muito necessário nos próximos anos, salientou o relatório.
“Isto representa não só a necessidade de aumentar os recursos, mas também um uso estratégico e eficiente dos mesmos”, destacou o organismo internacional.
Por outro lado, o estudo se mostra crítico com os países que relaxaram na luta contra a aids.
“Algumas nações, com a epidemia controlada ou o número de contágios em descenso, mostram tendências crescentes de práticas sexuais de risco”, alertou o relatório. EFE
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