ONU pede que UE dê prioridade à proteção perante a crise dos imigrantes
Genebra, 21 abr (EFE).- A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) pediu nesta terça-feira aos líderes da União Europeia (UE) que dêem prioridade à busca e ao resgate, assim como à proteção, perante a tragédia dos imigrantes que tentam atravessar o Mediterrâneo.
Os chefes de Estado e de governo do bloco comunitário realizarão nesta quinta-feira uma cúpula centrada na imigração irregular.
O Acnur lembrou hoje que quando pôs fim, em outubro, à operação de busca e resgate Mare Nostrum -após um ano de funcionamento salvando milhares de vidas- premeditou o atual “cenário” de tragédias de imigrantes afogados no Mediterrâneo.
A agência da ONU ressaltou que as medidas anunciadas ontem pela UE para enfrentar esta onda de imigração estão muitos centradas na luta contra o tráfico de pessoas e em fazer cumprir a lei, quando a solução passa por “múltiplas respostas”.
“Queremos fazer uma chamada à Europa para que desperte e encontre meios para enfrentar os desafios no Mediterrâneo, em particular quanto ao asilo e à dimensão de proteção”, comentou o alto comissário adjunto para os Refugiados, Volker Turk, à imprensa em Genebra.
“Esperamos que o Conselho Europeu de quinta-feira ofereça uma guia firme e que garanta que as pessoas recebam o asilo, refúgio e a atenção que merecem”, assinalou.
As propostas do Acnur à União Europeia passam por reforçar as possibilidades de realocação de refugiados, a admissão por razões humanitária e a abertura de canais alternativos legais para entrar na Europa.
“Pedimos que haja um aumento ds operações de resgate, identificação adequada das pessoas que necessitam proteção internacional e a garantia de que serão distribuídas adequadamente dentro da UE”, indicou Turk.
Segundo a agência que vela pelos refugiados, mais da metade de pessoas que conseguiram atravessar o Mediterrâneo no ano passado necessitavam de proteção, particularmente sírios, eritreus e alguns somalis.
“Se prestarmos atenção nos números dos últimos dois meses, entre quase 40% dessa gente necessitam de proteção”, acrescentou Turk.
A Organização Internacional de Migrações (OIM) estimou hoje que 1.727 imigrantes morreram unicamente neste ano no Mediterrâneo, 30 vezes mais que no mesmo período do ano passado. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.