ONU precisa de fundos urgentes para alimentar 800 mil refugiados africanos
Genebra, 1 jul (EFE).- Os problemas de segurança e de logística em vários países africanos obrigaram as agências humanitárias da ONU a reduzir drasticamente o alimento que distribuem, o que agravou a já alarmante situação de desnutrição e crise de fome de cerca de 800 mil pessoas.
Foi o que advertiram hoje em Genebra os principais diretores do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), António Guterres, e do Programa Mundial de Alimentos (PAM), Ertharin Cousin.
Os dois se reuniram hoje com representantes dos Estados-membros em Genebra e solicitaram doações extras para enfrentar essa situação que ameaça agravar os já “inaceitáveis níveis de desnutrição aguda, lentidão no desenvolvimento e anemia, especialmente entre as crianças”, advertiram.
O PAM considera que precisa de cerca de US$ 186 milhões extras de agora até dezembro, e o Acnur solicita US$ 39 milhões.
Em todo o continente africano, uns 2,4 milhões de refugiados em cerca de 200 lugares situados em 22 países dependem da ajuda do PAM para sobreviver.
Atualmente, um terço desses refugiados padecem cortes nas rações alimentícias que recebem.
Até o momento houve reduções de pelo menos 50% nas porções de alimentos distribuídas a 450 mil refugiados amparados em acampamentos da República Centro-Africana, Chade e Sudão do Sul.
Outros refugiados na Libéria, Burkina Fasso, Moçambique, Gana, Mauritânia e Uganda recebem porções que contêm 43% menos de comida.
Além disso, há mais de um ano, os refugiados de Uganda, Quênia, Etiópia, Congo, República Democrática do Congo e Camarões sofreram cortes esporádicos.
O caso mais dramático acontece no Chade, onde as pessoas refugiadas ali – a maioria sul-sudaneses e centro-africanos – sofrem reduções que sobem para 60%, o que os deixa com porções de 850 quilocalorias diárias, quando normalmente o PAM distribui porções de 2.100 quilocalorias. EFE
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