ONU volta a cobrar ajuda internacional contra “ameaça global” do ebola

  • Por Agencia EFE
  • 03/09/2014 16h35

Washington, 3 set (EFE).- As autoridades sanitárias da ONU voltaram a pedir nesta quarta-feira mais ajuda internacional para tratar a epidemia do ebola na África Ocidental, considerada uma “ameaça global”, e asseguraram que uma maior coordenação pode ser decisivo para evitar mais mortes.

“Não estamos em posição de poder perder um só dia”, disse o coordenador das Nações Unidas para o ebola, David Nabarro, que advertiu que “o surto está se movimentando à frente dos esforços para seu controle”.

Em entrevista coletiva junto à diretora geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, Nabarro, que voltou recentemente de uma viagem da África Ocidental, assegurou que estes países “dependem muito” da solidariedade internacional.

“Necessitamos de uma coordenação forte e poderosa para enfrentar esta complexa situação”, disse Nabarro, que ressaltou que “a coordenação salva vidas e melhora resultados”.

A diretora geral da OMS indicou que se trata da epidemia “mais complexa” que as autoridades sanitárias reportaram até o momento, com mais de 3,5 mil casos registrados em Guiné, Serra Leoa, Libéria e Nigéria, e que resultou em mais de 1.900 mortos, segundo dados divulgados nesta semana pela OMS.

Chan, por sua vez, mencionou o caso de um infectado da Libéria que viajou em avião à Nigéria e um infectado guineano que chegou de carro ao território senegalês, além de um pequeno surto na República Democrática do Congo, não relacionado com o de África Ocidental.

“Claramente é um foco independente, é importante assinalar que o surto não se estendeu da África Ocidental para África Central”, enfatizou Chan, que insistiu na importância de “não estigmatizar” os doentes para que os mesmos não apresentem receios de buscar tratamento médico.

A diretora geral advertiu que o surto de ebola é uma “ameaça global” e, por isso, pediu à comunidade internacional fazer mais para combater a epidemia, que, segundo cálculos preliminares, poderia custar mais de US$ 600 milhões.

“O ebola não é uma doença nova, no sentido de não sabermos o que e como devemos fazer, mas tem que haver uma maior coordenação”, declarou Chan, que destacou a ajuda da União Africana, da Cruz Vermelha, do Banco Mundial e de outras instituições.

Além disso, Chan destacou a necessidade de trabalhar em parceria com os governos, que estão liderando a resposta, assim como os líderes religiosos, os líderes locais e as ONGs, fundamentais para evitar rumores e equívocos perante o tratamento do vírus.

“Não se deve mandar mensagens errôneas, como a de que os infectados vão morrer”, tendo em vista que os pacientes possuem mais chances de cura perante uma rápida resposta.

Entre as necessidades mais urgentes, Chan destacou a falta de camas de hospitais, ambulâncias para transferir os doentes e equipes médicas para atuar no terreno, devido ao aumento dos casos de contágio entre familiares dos infectados.

Neste sentido, a diretora geral advertiu que a detenção dos voos de algumas companhias aéreas em direção a alguns países afetados tem um impacto direto na população, que fica isolada e dificulta a chegada das equipes sanitárias de apoio e os carregamentos médicos. EFE

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