Opep corta previsão de oferta de petróleo de fora do grupo para 2016

  • Por Estadão Conteúdo
  • 13/05/2016 09h50
EFE/Barbara Gindl Sede da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo

A queda na produção dos Estados Unidos e grandes cortes de investimento em novos projetos reduzirão o excesso de oferta no mercado petrolífero ao longo deste ano, afirmou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), nesta sexta-feira (13). O grupo projeta que o corte na produção de fora do cartel principal ajudará a reequilibrar o mercado global, onde os preços caíram mais de 50% desde 2014, com a Opep se recusando a reduzir sua própria oferta.

Em seu relatório mensal, em comparação com 2015, a Opep afirmou que a produção de petróleo de fora do cartel cairá de 740 mil barris por dia neste ano para 56,4 milhões de barris por dia. O número é 10 mil barris por dia menor que a projeção anterior da organização. A maior parte deste declínio virá dos produtores dos EUA, que têm reduzido a produção, já que, com os preços mais baixos, parte dela não é mais lucrativa.

A projeção da Opep é que a produção dos EUA diminua 431 mil barris por dia neste ano ante o anterior, que, em cifras, se traduz em 13,56 milhões de barris por dia. O restante do recuo previsto de fora da Opep virá de investimentos menores e atrasos na produção em China, México, Reino Unido, Casaquistão e Colômbia.

No total, as companhias de petróleo pelo mundo reduzirão a exploração e os investimentos durante o próximo triênio (2016- 2018) para US$ 40 bilhões anualmente, metade da média anual de investimentos registrada entre 2012 e 2014, disse o grupo.

A redução na produção de fora da Opep compensa o efeito do aumento da produção do próprio cartel. Uma reunião entre países produtores, em abril, para discutir o congelamento da oferta, terminou sem novidades, após a Arábia Saudita dizer que aceitaria uma limitação apenas se o Irã fizesse o mesmo.

O país pérsico, que se livrou, em janeiro, de sanções internacionais que prejudicavam suas vendas, não concordou com a ideia. A produção do país, em abril, ficou em 3,45 milhões de barris por dia, alta de 198 mil barris por dia ante o mês anterior, disse a Opep. Isso foi responsável pelo avanço da produção do cartel ante março. A produção total da união dos países, no mês passado, subiu 188 mil barris por dia na comparação mensal para 32,44 milhões de barris por dia.

A Opep disse que a produção mais alta será absorvida pela crescente demanda global pela commodity, que deve aumentar 1,2 milhão de barris por dia neste ano ante o anterior, para 94,18 milhões de barris por dia em 2016.

Como resultado, o excesso de oferta de petróleo começou a se equilibrar, mostram os dados da Opep. O excesso de oferta de petróleo diminuiu para 950 mil barris por dia, segundo os números de produção da Opep de abril, em comparação com um excesso de produção de 2,13 milhões de barris por dia em 2015.

Na última quinta-feira (12), a Agência Internacional de Energia (AIE) afirmou, em relatório, que o desequilíbrio global no mercado de petróleo começou a diminuir. 

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