Opep revisa para baixo previsão de produção de seus concorrentes em 2015

  • Por Agencia EFE
  • 09/02/2015 14h29
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Wanda Rudich.

Viena, 9 fev (EFE).- A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) revisou nesta segunda-feira para baixo a previsão de produção de seus concorrentes para este ano, especialmente a dos Estados Unidos, e disse ver sinais de que a queda do preço do combustível está começando a incentivar a demanda.

Em seu relatório mensal publicado hoje, a Opep calcula que os produtores de petróleo não membros do grupo bombearão uma média de 57,09 milhões de barris ao dia em 2015, o que representa uma redução em 410 mil barris em relação ao estimado há um mês (57,49 mbd).

A diferença em relação à previsão anterior para os Estados Unidos é de 130.000 bd. A Opep acredita que a produção neste país em 2015 será de 13,64 mbd, 0,82% a mais do que em 2014.

Em relação à demanda mundial de petróleo estimada para este ano, a Opep corrigiu em alta sua previsão para 92,32 mbd, o que representa 20.000 bd acima do esperado em janeiro e 1,28% a mais do que o consumo do ano passado.

Os cálculos foram publicados em um momento de grande incerteza nos mercados sobre a próxima evolução dos preços do petróleo.

Após cair cerca de 60% entre junho do ano passado e meados de janeiro deste ano, o valor do “ouro negro” recuperou só o que tinha perdido desde o final de dezembro.

No caso do barril da Opep, seu preço superou os US$ 110 em 20 de junho, alcançou a menor cotação em seis anos ao atingir US$ 41,50 em 13 de janeiro, e fechou aos US$ 53,36 na sexta-feira.

O barril do petróleo do Texas (WTI), de referência para os EUA, fechou na semana passada em Nova York aos US$ 51,69, e o do Mar do Norte, o Brent, referente na Europa, abriu nesta segunda-feira em Londres aos US$ 57,95.

“Ao cair os preços, parece que a demanda de petróleo responde de forma positiva, apesar disto poder ser impactado por outros fatores”, afirmam no documento os especialistas da Opep.

“A forte queda dos preços foi causada principalmente por uma produção excessiva. Como resultado, os preços mais baixos parecem acelerar o ritmo de crescimento”, acrescentam.

A organização deu um giro em sua política em 27 de novembro do ano passado, quando decidiu não reduzir sua oferta para derrubar os preços, ao contrário do que esperavam os mercados.

O principal defensor da medida seria a Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo, com o objetivo de conter a expansão do petróleo não convencional, sobre todo o de xisto.

Com seus novos dados, a Opep parece indicar, apesar da cautela, que sua estratégia estaria dando os primeiros resultados pois teria levado às petrolíferas a reduzir investimentos e operações, e com isso sua oferta.

Os doze produtores da Opep reduziram o bombeamento conjunto em janeiro, caindo de 30,20 mbd em dezembro até 30,15 mbd, embora com grandes diferenças entre os sócios do organismo.

O Iraque é o país que mais fechou as torneiras no mês passado e sua produção caiu 279.100 bd, até os 3,35 mbd.

A Líbia (131.700 bd), Irã (25.100 bd) e Argélia (12.600 bd), assim como em menor medida Catar e Equador, diminuíram sua oferta em janeiro, enquanto houve uma alta em Angola, Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Nigéria, Venezuela e Equador. EFE

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