Operação terrestre não quer derrubar governo do Hamas, diz exército de Israel

  • Por EFE
  • 17/07/2014 18h49

A operação terrestre que o exército israelense lançou nesta quinta-feira em Gaza não tem a intenção de derrubar o governo do movimento islamita Hamas na faixa, garantiu o porta-voz militar.

“O objetivo é minguar as capacidades militares do Hamas. Não foi definido como objetivo derrubar o governo do Hamas”, afirmou o tenente-coronel Peter Lerner, porta-voz militar para a imprensa estrangeira, em telefonema com um reduzido grupo de jornalistas, entre eles a Agência Efe.

A operação, que começou às 22h (local, 16h de Brasília) com a entrada das primeiras forças por três direções – norte, leste e sul da faixa – “tem o objetivo de proteger os civis israelenses e destruir, principalmente a infraestrutura terrorista que o Hamas criou em Gaza”.

O porta-voz fez referência em particular aos sofisticados túneis que as milícias palestinas cavaram estes últimos anos entre a Faixa e Israel, e pelos quais nos últimos dez dias da ofensiva “Limite Protetor” infiltraram dois comandos terroristas.

O último deles foi descoberto hoje antes do amanhecer, quando 13 milicianos fortemente armados foram descobertos por um avião sem piloto quando saiam do solo na altura do kibutz Sufá, na fronteira com Gaza.

A Força Aérea destruiu a saída do túnel, embora a maioria dos membros do comando já tivesse conseguido retornar à Gaza.

Para Israel estes corredores subterrâneos representam uma ameaça muito maior que a dos foguetes, pelo temor de que as figuras de comando entrem em povoações civis para cometer um atentado ou sequestrar israelenses.

“O caso de hoje com os 13 terroristas ilustra perfeitamente a ameaça imediata que estes túneis representam”, insistiu o porta-voz.

Por um destes túneis três milícias conseguiram sequestrar em 2006 o soldado israelense Gilad Shalit, trocado cinco anos depois por mil presos palestinos.

A força que hoje entrou na faixa é formada por milhares de soldados de infantaria, centenas de tanques e carros blindados, e soldados do corpo de engenheiros (especializados em detonar os túneis), com a supervisão e o apoio dos serviços de inteligência, da Marinha e da Força Aérea.

Nos últimos dias o exército israelense tinha posicionado ao redor de Gaza várias brigadas, e segundo Lerner, pedirá ao governo que eleve o número de reservista convocados acima dos 48 mil autorizados até agora.

No entanto, e perguntado pela Efe sobre o alcance da ofensiva terrestre, não quis comentar “os detalhes operacionais”, mas ressaltou que “não tem tempo determinado” e dará solução para “vários problemas”, incluídos os foguetes.

Ao longo do dia de hoje, enquanto era negociado no Cairo um cessar-fogo, os palestinos dispararam 120 foguetes contra o território israelense, mais de 70 deles depois do fim da trégua humanitária declarada entre as 10h e 15h (hora local).

Os lançamentos partiram em muitos casos de silos subterrâneos no noroeste da faixa que a Força Aérea israelense não destruiu com os quase dois mil bombardeios dos últimos dez dias, que deixaram um balanço de 235 palestinos mortos, a maioria deles civis.

“Queremos devolver a segurança a Israel e golpear duramente as infraestruturas terroristas do Hamas”, ressaltou Lerner, que pediu que a população civil da faixa não circule perto das posições islamitas ou dar refúgio aos milicianos. 

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