Oposição argentina pede a renúncia do vice-presidente após acusação fiscal

  • Por Agencia EFE
  • 06/02/2014 19h22

Buenos Aires, 6 fev (EFE).- A oposição argentina reivindicou nesta quinta-feira a renúncia ou a abertura de um julgamento político contra o vice-presidente, Amado Boudou, a quem acusam de “delinquente” depois que o Ministério Público pediu seu indiciamento em um caso de corrupção por “negociações incompatíveis” com a função pública.

“Boudou é um delinquente, mas não menos que os demais de seu partido”, afirmou nas redes sociais a deputada Elisa Carrió, da coalizão de esquerda UNEN.

A opositora previu que Boudou, que também ocupa o cargo de presidente do Senado argentino, renunciará “no final de fevereiro ou no início de março”.

Segundo Carrió, a situação pode desembocar em um “auto golpismo” já que, perante uma possível recaída da presidente Cristina Kirchner, que esteve ausente por doença entre outubro e novembro, o próximo presidente do Senado, que será nomeado em março, seria o encarregado de exercer a presidência.

O deputado Felipe Solá, da opositora Frente Renovadora, também reivindicou a renúncia do vice-presidente, em declarações a uma rádio local, “para libertar” Cristina, já que “se Boudou for processado, vai haver uma reviravolta” no governo.

Por sua parte, Patricia Bullrich, parlamentar da coalizão conservadora Proposta Republicana (PRO), pediu a abertura de um julgamento político para estudar a cassação do líder.

Além disso, Margarita Stolbizer, do partido social-democrata Geração para um Encontro Nacional (GEN), criticou a “enorme proteção política” da qual, segundo sua opinião, goza Boudou e que lhe permitiu continuar no cargo até agora.

O procurador Jorge Di Lello acusou hoje Boudou de ter usado supostamente seu cargo de ministro da Economia (2009-2011) para beneficiar à imprensa de papel-moeda Ciccone Calcográfica.

Segundo o procurador, o agora vice-presidente deu um suposto tratamento especial à empresa, que declarou falência em 2010 e que acabou nas mãos da sociedade The Old Fund, presidida por Alejandro Vandenbroele, apontado como “testa-de-ferro” de Boudou, um vínculo que ele nega. EFE

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