Oposição ataca Cristina Kirchner após sugestão de que Nisman não se suicidou
Buenos Aires, 22 jan (EFE).- Os legisladores da oposição atacaram a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, após a carta divulgada nesta quinta-feira na qual opina que o promotor Alberto Nisman não se suicidou e sugere um complô para desestabilizar o Governo.
A deputada Elisa Carrió afirmou hoje que “a falta de seriedade da presidente só traz medo à sociedade”.
“Mal era conhecida a morte do promotor Nisman se falou de suicídio, derrubada a tese do suicídio fala-se de assassinato, a única coisa que se mantém sempre é que a culpa é da vítima”, disse Elisa em comunicado.
Para o senador radical Ernesto Sanz “se a presidente acredita que Nisman foi morto tem que demitir a cúpula de Segurança”.
“Isto é gravíssimo. Passar de cogitar a hipótese do suicídio ao assassinato tem que ter consequências. Se primeiro achavam que era suicídio e agora não é porque há alguém vinculado ao Estado que os convenceu disto. E é preciso levá-lo rapidamente à Justiça”, insistiu em declarações a uma emissora local.
“Além disso, é incompreensível que a presidente continue se comunicando pelas redes (sociais)”, assinalou Sanz.
A deputada da conservadora Proposta Republicana, Laura Alonso, considerou que a mudança na abordagem de Cristina confirma que a Argentina “ficou sem governo” e tem “um Estado muito frágil”.
Francisco de Narváez, da Frente Renovadora, apontou que a presidente “não tem o direito de intervir na independência da Justiça com esta tragédia”.
“Peço que ela deixe de agir como uma adolescente que procura condicionar as coisas a partir de sua conta no Facebook”, disse Narváez a uma emissora local.
Enquanto isso, o titular da Daia (Delegação de Associações Israelitas Argentinas), Julio Schlosser, se mostrou “surpreendido” pela nova tese da chefe de Governo.
“Qualquer um dos mais aventurados ou dos mais agoureiros não teria ocorrido falar que a Presidente nos dissesse que não foi suicídio; talvez tenha uma informação que nós não temos”, disse.
“Estamos cansados de não ter resposta, o que nós queremos é a verdade e a verdade parece mais longe, as dúvidas vão aumentando. Com estas declarações as dúvidas aumentam ainda mais”, acrescentou em declarações a uma emissora local.
A presidente argentina deu hoje um reviravolta ao caso Nisman ao afirmar que “não foi suicídio” mas parte de uma “operação contra o Governo” que incluía utilizar o promotor para denunciar a governante antes de sua morte. EFE
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