Oposição considera que escassez tende a tornar-se permanente na Venezuela

  • Por Agencia EFE
  • 21/01/2014 18h46
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Caracas, 21 jan (EFE).- A oposição venezuelana afirmou nesta terça-feira que a situação de escassez de produtos básicos no país tende a tornar-se permanente, pois, após terminar 2013 com “prateleiras vazias”, não se preveem melhorias para o ano que começa, levando em conta que não há mudanças substanciais nas políticas públicas.

“Esta situação de carestia em vez de ser passageira tende a tornar-se permanente (…) e se prolongará durante 2014, uma vez que o governo não produz mudanças significativas nas políticas públicas”, disse a aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) em comunicado.

Na nota, a coalizão de partidos opositores destacou que durante 2013 os venezuelanos tiveram que buscar e fazer filas “como nunca antes” para adquirir produtos básicos como leite, farinha de milho, farinha de trigo, açúcar, manteiga, óleo, café, carne, frango e outros produtos alimentícios.

Ressaltou, além disso, que, além de escassez e desabastecimento, a Venezuela fechou 2013 com inflação de 56,2%, “a mais alta da América Latina e uma das mais altas do mundo”.

A MUD lamentou ainda que o ministro de Alimentação, Félix Osorio, acuse os consumidores de praticar “acúmulo doméstico” como uma das causas do desabastecimento.

A aliança opositora também comentou que as famílias devem “buscar alimentos e comprar o que se encontra, e mais que o necessário”, perante o risco de não saber quando voltarão a encontrar os produtos.

Para a MUD, entre as razões que ocasionam o desabastecimento e a inflação está “uma expansão desproporcional e sem respaldo do gasto público e da quantidade de dinheiro que circula na economia que pressiona os aumentos de preços e complica o fornecimento”, ao que se soma a baixa produção nacional.

Essa queda da produção no país tem explicação, segundo a oposição, nas “rígidas” políticas de controles de preços a uma série de produtos de primeira necessidade há mais de 14 meses, “que causam perdas e reduzem os incentivos para produzir”.

Também mencionou as expropriações que o governo fez a proprietários de terras produtivas, o suposto “fracasso do Estado produtor” cujas fábricas, asseguram, não operam ou trabalham abaixo de sua capacidade, além do déficit de divisas que limita a importação de recursos e equipamentos.

“O setor agrícola venezuelano está em crise. Não existe uma verdadeira política sustentável, arrumada em nível nacional com os produtores, que garanta no tempo, a conquista da espera soberania alimentícia”, sustentou a MUD. EFE

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