Oposição critica Cristina Kirchner por reforma em Serviço de Inteligência
Buenos Aires, 27 jan (EFE).- A oposição argentina criticou nesta terça-feira a Agência Federal de Investigação anunciada ontem pela presidente Cristina Kirchner por considerar que constitui uma “manobra” de distração do governo.
O projeto de lei do governo sobre a criação da Agência Federal de Inteligência (AFI) responde a “uma manobra que não só não resolve, mas tenta aprofundar a politização dos serviços de Inteligência”, denunciaram em comunicado conjunto as principais referências da oposição.
Em sua primeira aparição pública desde a morte de Alberto Nisman, a presidente anunciou a dissolução da Secretaria de Inteligência e a criação da AFI, rejeitou a denúncia promotor por suposto acobertamento de um ato terrorista e voltou a falar de uma confabulação contra seu governo elaborada por agentes de Inteligência.
Para o deputado Mario Negri, de União Cívica Radical, Cristina tentou “distrair a atenção da sociedade” sobre o escândalo provocado pela morte de Nisman.
“A lei de inteligência, que rege, foi a mais descumprida pelo próprio governo”, denunciou.
Por sua vez, Margarita Stolbizer, de Geração para um Encontro Nacional (GENE), considerou que o governo de Cristina “não tem autoridade para abrir esta discussão”.
A legisladora denunciou o aumento de poder que o projeto concede à procuradora-geral, Alejandra Gils Carbó, “a funcionária mais suspeita de manipulação”, acrescentou.
“Este governo parece não se lembrar que eles são os suspeitos, os denunciados por acobertamento de um delito”, insistiu.
“Não vamos tolerar que o governo aproveite uma situação de extrema gravidade como a que estamos vivendo para encher os serviços de Inteligência com militantes de La Cámpora (organização liderada por Máximo Kirchner, o filho da presidente), porque isto vai terminar constituindo uma bomba-relógio para o próximo governo”, advertiu.
“Vamos seguir isto muito de perto e vamos cuidar para que não haja desvios, nem das investigações, nem das acusações, nem intervenção da Justiça nem das operações de Inteligência”, completou Federico Pinedo, de Proposta Republicana.
Para Fernando Sánchez, de Coalizão Cívica, a discussão agora deve concentrar-se em esclarecer as circunstâncias da morte do promotor Nisman.
“Busquemos a verdade, protejamos as provas, deixemos que se leve adiante a investigação judicial que inclui a presidente”, concluiu. EFE
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