Oposição marcha contra Maduro e outra manifestação pede que Deus o ilumine

  • Por Agencia EFE
  • 26/04/2014 20h18

Caracas, 26 abr (EFE).- A oposição na Venezuela levantou bandeiras neste sábado mostrando divergências sobre como encarar o governo do presidente Nicolás Maduro e enquanto um setor marchou em seu repúdio outro pediu que Deus iluminasse o líder para que acabe aceitando anistia política.

“A Deus rogando e com o maço dando; esperamos que Deus ilumine o presidente”, disse Ramón Guillermo Aveledo, secretário-executivo da MUD, aliança partidária que reúne a maioria dos partidos de oposição, ao dar início a uma campanha de coleta de assinaturas de cidadãos a favor da anistia.

A Mesa da Unidade Democrática (MUD) levantou a proposta nos diálogos que governistas e opositores realizam este mês com a bênção do Vaticano e o apoio da União de Nações Sul-americanas (Unasul), mas já receberam a negativa de Maduro.

“O governo não quer, não está de acordo com isso. Nós temos direito de buscar que o povo na rua respalde uma lei de anistia”, ressaltou Aveledo.

O chefe da MUD lembrou que todas as pesquisas divulgadas mostram que oito em cada 10 venezuelanos “quer que haja diálogo e que ele leve a resultados”.

Entre que rejeitam o diálogo sem garantias prévias está um setor estudantil que hoje marchou por dois bairros da sofisticada região leste de Caracas, acompanhados dos dirigentes María Corina Machado, recentemente cassada do cargo de deputada, e o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, assinalados como “radicais” dentro da MUD.

Ambos cerraram fileiras junto ao partido Vontade Popular, do dirigente Leopoldo López, no setor que dentro da MUD se opõe a dialogar com “o ditador”, como chamam Maduro.

A marcha mudou de rota por causa do bloqueio de agentes da Guarda Nacional e da Polícia Nacional Bolivariana no acesso ao centro de Caracas.

López e a maioria dos detidos enfrentam causas penais que Aveledo ressaltou que devem ser canceladas com a eventual anistia, o mesmo que “as mais de dois mil pessoas” que disse terem sido postas em liberdade condicional após os confrontos seguintes as eleições de um ano atrás, vencidas por Maduro.

O prefeito de Caracas, outro crítico do diálogo da MUD com o governo sem que antes haja a libertação dos chamados “presos políticos”, lembrou que a manifestação de hoje também criticou uma recente decisão do Supremo da Justiça de proibir as manifestações que não tenham permissões prévias.

“É uma provocação ao espírito de diálogo que alguns companheiros da MUD evidenciaram; é uma maneira de zombar do diálogo”, declarou Ledezma após denunciar que o governo de Maduro controla o Supremo e todos os demais poderes do Estado. EFE

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