Oposição na Turquia pede que referendo seja cancelado por problemas em cédulas

  • Por Estadão Conteúdo
  • 17/04/2017 09h41
EFE Presidente da Turquia proclama vitória em referendo que amplia seus poderes - EFE

O principal partido da oposição na Turquia pediu nesta segunda-feira para cancelar os resultados do referendo histórico que concedeu novos poderes ao presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, citando irregularidades substanciais nas votações.

Bulent Tezcan, vice-presidente do Partido Republicano do Povo, ou CHP, apontou numerosos problemas na votação de domingo, que deram uma estreita vitória ao presidente em seus planos de expandir seus poderes.

O conselho eleitoral da Turquia confirmou a vitória do “sim” no referendo e disse que os resultados finais seriam declarados em até 12 dias. A agência de notícias estatal Anadolu disse que o “sim” obteve 51,4% dos votos, enquanto o “não” recebeu 48,6% de apoio.

Uma decisão sem precedentes do conselho eleitoral de aceitar como válidas as cédulas sem o selo oficial tem levado à indignação entre os partidos da oposição.

O conselho fez o anúncio depois que muitos eleitores se queixaram de não ter o carimbo oficial em suas cédulas. O conselho disse que as cédulas seriam consideradas inválidas apenas se provassem que houve fraude em sua emissão. 

“Existe apenas uma maneira de encerrar as discussões sobre a legitimidade do voto e deixar as pessoas à vontade: o Conselho Supremo Eleitoral cancelar a votação”, disse Tezcan. 

Segundo ele, não era possível para as autoridades determinarem quantas cédulas podem ter sido enviadas irregularmente.

Por outro lado, o chefe do conselho eleitoral, Sadi Guven, rejeitou os pedidos de oposição,

dizendo que nenhum dos boletins declarados válidos era “falso” ou fraudulento. “As cédulas não são falsas, não há (motivo) para dúvida”, acrescentou.

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