Oposição não fecha diálogo, mas segue à espera de fatos na Venezuela
Caracas, 20 mai (EFE).- A Mesa de Unidade Democrática (MUD) da Venezuela afirmou nesta terça-feira que o diálogo com o governo para buscar uma saída à crise política “não está fechado”, mas ressaltou que segue esperando gestos do Executivo para que aconteçam novos encontros.
“O que estava colocado na terça-feira passada segue colocado hoje: não há fatos novos que nos permitam mudar de posição como desejaríamos”, disse em entrevista coletiva o secretário-executivo da MUD, Ramón Guillermo Aveledo.
“Portanto mantemos (…) a possibilidade do diálogo, mas esperamos que o governo deixe de lado as promessas e as transformem em fatos”, acrescentou após a visita de uma missão da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que, junto ao núncio do Vaticano, atuam como mediadores do diálogo.
Os dignatários estrangeiros chegaram ao país depois que a MUD afirmou há uma semana que o diálogo iniciado com o governo venezuelano estava em crise e que a possibilidade de voltar a reunir-se com o Executivo dependia que este tivesse um gesto que demonstrasse sua disposição a dialogar.
Aveledo não pôs data a uma próxima visita dos chanceleres da Unasul, entre eles o brasileiro Luiz Alberto Figueiredo, e do núncio vaticano a Caracas – algo que, reiterou, “ocorrerá somente na medida que haja fatos concretos que nos encorajem a dar esse passo”.
Os chanceleres da Unasul e o núncio apostólico em Caracas ressaltaram hoje em comunicado divulgado pelo Itamaraty a vontade, tanto do Executivo venezuelano como da MUD, “para seguir trabalhando na busca de soluções que beneficiem todos os venezuelanos”, texto que Aveledo classificou de “muito positivo”.
Segundo a nota, o governo e a oposição venezuelana apresentaram “ideias”, sem detalhar, e “deverão refletir agora sobre os próximos avanços desse diálogo”.
A Venezuela vive desde o dia 12 de fevereiro protestos antigovernamentais, que em algumas ocasiões se tornaram violentos e deixaram até agora um saldo de 42 mortos, cerca de 800 feridos e centenas de detidos. EFE
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