Oposição pede ao governo de Mianmar que aceite os rohingyas

  • Por Agencia EFE
  • 19/05/2015 04h22

Bangcoc, 19 mai (EFE).- O partido da líder da oposição em Mianmar, a ganhadora do prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, pediu ao governo do país que aceite à minoria muçulmana rohingya para conter a crise dos imigrantes, informou nesta terça-feira a imprensa local.

“Se não são aceitos, não se pode simplesmente empurrá-los para os rios, não se pode empurrá-los ao mar. São seres humanos”, disse ontem U Nyan Win, porta-voz da Liga Nacional para a Democracia, segundo o jornal “Mianmar Times”.

Aung San Suu Kyi e seu partido foram criticados por não terem intercedido pelos rohingyas, uma perseguida minoria cuja cidadania não é reconhecida em Mianmar, a antiga Birmânia, que os classifica como “imigrantes bengalis”, apesar de também não serem reconhecidos na vizinha Bangladesh.

Todos os anos, milhares de rohingyas se lançam em perigosas viagens por navio rumo a Malásia e Indonésia e muitos terminam nos acampamentos clandestinos de imigrantes no sul da Tailândia.

Entre 6 e 8 mil pessoas, segundo dados das organizações humanitárias, se encontram em embarcações à espera de poder desembarcar na Tailândia, na Malásia ou na Indonésia.

Cerca de 2,5 mil bengalis e rohingyas chegaram a Indonésia e Malásia nas últimas semanas, enquanto várias embarcações com centenas de imigrantes ilegais foram devolvidas a alto-mar.

A Tailândia, que realizou uma campanha contra os acampamentos clandestinos em seu território, pediu a colaboração de Mianmar e Bangladesh, países de origem dos imigrantes que embarcam nos navios à deriva.

O governo birmanês, que negou ser a origem do problema, se comprometeu a aceitar os imigrantes, uma vez que se verifique que procedem deste país.

No entanto, uma grande parte dos rohingyas, considerados apátridas por não contarem com reconhecimento da cidadania birmanesa ou bengali, não têm documentos de identidade. EFE

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