Oposição radical rechaça acordo e quer renúncia imediata de presidente

  • Por Agencia EFE
  • 21/02/2014 20h42

Kiev, 21 fev (EFE).- A ala mais radical dos opositores ucranianos, núcleo da resistência às forças de segurança no centro de Kiev, rechaçou o acordo de paz selado nesta sexta-feira entre o governo e os líderes da oposição parlamentar e deu um ultimato para que estes últimos exijam em menos de 12 horas a renúncia imediata do presidente Viktor Yanukovich.

O comandante de uma facção das chamadas “autodefesas da praça Maidan”, como é conhecido o protesto, interrompeu um discurso do líder do partido opositor Udar, Vitali Klitschko, para desautorizar os políticos que negociaram o acordo.

“Falo em nome da minha facção. Se antes das 10h de amanhã não houver uma declaração que exija a renúncia imediata de Yanukovich, pegaremos em armas, juro”, exclamou o ativista.

“Não acredito nesses complexos processos políticos dos quais nos falam. Setenta e sete pessoas caíram e eles negociam”, acrescentou.

Nesse instante, um grupo de manifestantes aproximou do palco vários caixões com os corpos de algumas das dezenas de vítimasdos confrontos ocorridos ontem em Kiev.

O líder do partido Setor de Direitas, Dmitri Yarosh, também subiu ao palco para dizer que a legenda não reconhece o acordo de paz e não entregará as armas até que o presidente renuncie.

“O Setor de Direitas convoca todos os membros do Maidan a continuar a luta contra o regime de ocupação de nosso país. Estamos dispostos a assumir as consequências de continuar com a revolução”, gritou Yarosh, apoiado por uma grande massa de manifestantes concentrados na praça.

O acordo de paz foi assinado hoje de manhã após uma sangrenta jornada nas ruas de Kiev, com dezenas de mortos em enfrentamentos entre policiais e manifestantes entre ontem e terça-feira.

O documento contempla a convocação de eleições presidenciais antecipadas, um governo de união nacional e o retorno à constituição de 2004, consumado de fato hoje mesmo em uma sessão urgente do parlamento.

Os protestos antigovernamentais começaram há três meses, depois que o governo ucraniano suspendeu a assinatura de um Acordo de Associação com a União Europeia e apostou em restabelecer relações comerciais plenas com a Rússia. EFE

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